Segundo a CMA “perante os dados, não será de estranhar que a inflação nos produtos alimentares se mantenha acima dos 20%, mesmo quando a inflação geral está nos 8,2%2 é ainda acrescentado que “se hoje grande parte da população tem enormes dificuldades financeiras para pôr comida na mesa, não são os agricultores que estão a tirar proveitos, muito pelo contrário.”

De acordo com a CNA é importante ter em conta que se “o rendimento dos agricultores desceu 11,8% em 2022, segundo o INE, por não conseguirem escoar a produção a preços justos e capazes de compensar os aumentos dos custos de produção, não é preciso fazer grande exercício para saber quem fica com a fatia de leão.”

Basta olhar, afirma a CNA “para os crescentes lucros milionários-e escandalosos-das empresas da distribuição de alimentos.”

A CNA espera que as notícias vindas a público não sejam apenas “fogo de vista” e que sejam retiradas as devidas conclusões e adotadas medidas para impedir que engordem os bolsos de alguns à custa do empobrecimento dos agricultores e dos consumidores, pois esta forma de atuação será sempre ilegítima.

Segundo a CNA “este é mais um dos exemplos de que o mercado não se auto-regula e que em Portugal reina a lei do mais forte, sendo por isso necessário que para além de prosseguir com as atividades de fiscalização se garanta regulamentação eficaz para impedir que a grande distribuição continue a esmagar agricultores e consumidores, e para isso basta vontade política.”

Paralelamente, a CNA reclama a “promoção e adoção regulamentar dos circuitos curtos e mercados de proximidade, designadamente através de cantinas e outros estabelecimentos públicos, de forma a garantir às explorações agrícolas familiares o escoamento da produção nacional a preços justos e aos consumidores o acesso a produtos de qualidade e proximidade a preços acessíveis.”

  

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