"O resultado do trabalho dos mais de 600 operacionais no terreno começa a ver-se", com o fogo a "começar a ceder ao combate", mas "ainda há muitas horas de trabalho pela frente", "com pontos sensíveis e locais onde não é possível atuar", disse à Lusa, pouco antes das 05:30, o comandante Pedro Araújo, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Horas antes, a mesma fonte tinha adiantado à Lusa que o incêndio, que "continua por dominar e a evoluir em duas frentes", poderia vir a alastrar ao concelho de Silves, no distrito de Faro, depois de já ter passado para a zona de Monchique e obrigado a retirar 17 pessoas nos três concelhos.

"O incêndio já atinge parte do concelho de Monchique e [os operacionais] estão a trabalhar no sentido de o incêndio não entrar no concelho de Silves. Não há garantia de que isso não venha a acontecer, mas trabalham nesse sentido", disse o comandante.

O responsável precisou ainda que "não há, neste momento, previsão da necessidade" de retirar mais pessoas das zonas ameaçadas pelo incêndio, além das 17 pessoas já deslocadas.

No local, 661 operacionais, apoiados por 230 veículos, combatem atualmente as chamas, além de 12 máquinas de rasto, de acordo com o portal da ANEPC.

O combate ao incêndio, que mantém duas frentes ativas, em mato e povoamento misto, de sobreiros, pinheiros e eucaliptos, tem estado a ser dificultado pelo vento e pelos acessos difíceis.

"É um incêndio que é favorecido pelo vento que se faz sentir no local, mas também acompanhando a topografia nesta zona do território", uma "zona montanhosa, de acessos difíceis", explicou o comandante Pedro Araújo, num balanço anterior.

"Em alguns segmentos do incêndio, não existem acessos a meios terrestres", acrescentou.

As chamas já fizeram um ferido grave, um civil de 20 anos que sofreu queimaduras e foi transportado para o hospital, tendo ainda um bombeiro sido assistido no local, por ter sofrido uma entorse, disse anteriormente à Lusa fonte da ANEPC.

Os bombeiros receberam às 13:14 de quarta-feira o alerta para o fogo, que começou perto do lugar de João Martins, na freguesia de Sabóia, no concelho de Odemira.


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