O anúncio foi feito pelo coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, em conferência de imprensa após uma reunião daquela estrutura para decidir ações de luta, no sentido de exigir aumentos salariais para a função pública, a valorização das carreiras e a revogação do Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho da Administração (SIADAP).

“A coordenadora da frente comum decidiu que é preciso dar um passo em frente na luta e demonstrar ao Governo que o caminho vai ter que ser outro para os trabalhadores da Administração Pública”, anunciou Sebastião Santana.

“Nesse sentido decidimos agendar uma ação nacional de luta para o próximo dia 20 de maio, que envolverá todos os sindicatos da Frente Comum”, acrescentou.

Segundo o dirigente sindical, estão previstos ainda avisos prévios de greve para determinados setores e, possivelmente, uma ação de rua no dia 20 de maio.

“No próximo dia 20 de maio, se não houver até lá resposta às reivindicações centrais dos trabalhadores da Administração Pública, nomeadamente o agendamento de negociação e o início de processos negociais conducentes à resolução dos problemas que identificamos nos trabalhadores da Administração Pública, este vai ser um dia marcado por uma luta nacional, no âmbito da Frente Comum, à qual, com certeza, muitos milhares de trabalhadores vão aderir”, afirmou Sebastião Santana.

A estrutura sindical, que pertence à CGTP-IN, apresentou uma proposta reivindicativa comum há vários meses, à qual diz que o Governo tem feito “ouvidos moucos”.

Relativamente ao SIADAP, que a Frente Comum defende que tem de ser revogado, a estrutura sindical vai iniciar negociações com o Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública, com a primeira reunião marcada para sexta-feira, por videoconferência.

No entanto, a Frente Comum diz ainda não ter recebido do Governo qualquer proposta de revisão do SIADAP, que possa ser analisada e discutida em sede negocial.

“A vontade do Governo em negociar não é, na prática, nenhuma”, disse Sebastião Santana.

Mais de uma centena de dirigentes, delegados e ativistas da Frente Comum manifestou-se, em 17 de março, frente à residência oficial do primeiro-ministro, para exigir ao Governo aumentos salariais, a revisão da tabela remuneratória única e a revogação do sistema de avaliação.

Naquela ocasião, os manifestantes aprovaram uma moção onde estavam explanadas as suas reivindicações, que foi entregue na residência oficial do primeiro-ministro, António Costa.

A estrutura sindical exige o aumento de 90 euros para todos os trabalhadores e um salário mínimo de 850 euros “no curto prazo”, bem como a correção da tabela remuneratória única, a valorização das carreiras da função pública e a revogação do SIADAP.


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