A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Graça, em Sousel, é palco, no sábado, à noite, pelas 21.30 horas, de um concerto que junta a poderosa voz da soprano portuguesa Carla Caramujo às emotivas interpretações do ensemble La Nave Va, sob a direcção musical do multipremiado músico António Carrilho. Pretextos não faltam para tornar esta noite singular. O alinhamento do concerto intitulado «Et incarnatus est: O Divino e o Humano naMúsica de Bach, Handel e Mozart​​​» reserva peças de excelência, num itinerário que faz uma reflexão profunda sobre a confluência entre o celestial e o terreno nas obras de três «gigantes». Nas obras de Bach, Handel e Mozart, a transcendência encontra ressonância em harmonias complexas e na profundidade emocional que lhes é intrínseca.

LaNave Va é um ensemble barroco fundado em 2004 por António Carrilho e Luísa Tavares, dedicado à interpretação de repertórios do século XVII e XVIII. Reconhecido pelas suas interpretações emotivas, o grupo apresenta-se em prestigiados festivais, igrejas e teatros históricos.

No sábado, à tarde, pelas 15.00 horas, a proposta é uma atividade dedicada ao património local. Sob o título «Na Senda de D. Nuno Álvares Pereira: Igrejas e Ermidas da Vila de Sousel» e com ponto de encontro no Museu dos Cristos, os participantes neste momento serão desafiados a conhecer esta antiga terra régia, ligada à Ordem de Avis. No século XV, passou para a esfera de influência da Casa de Bragança, que muito se interessou por desenvolvê-la. Permanece viva, na região, a memória de D. Nuno Álvares Pereira, que foi senhor da vila e aqui valorizou a devoção a Nossa Senhora da Orada, da sua particular veneração.

Sousel possui igualmente um importante património artístico, tanto no âmbito da arquitetura religiosa como da arquitetura civil. À herança material, que inclui um notável museu – o Museu dos Cristos –, há que acrescentar o valioso legado da cultura imaterial, relacionado com os antigos ofícios, usos e costumes e com o mundo do Imaginário e do Maravilhoso.

Neste território não faltam outras localidades dignas de nota, como a histórica vila de Cano, sede um antigo concelho. Marcas da identidade local a merecerem referência e visita na atividade proposta pelo TSS, sob a orientação de Ana Isabel Machadinha, técnica superior de História.

No domingo de manhã, o convite é que se parta à descoberta da «Exuberante, porém Frágil: A Flora da Serra de São Miguel». Tendo o ponto de encontro no Museu dos Cristos​​, a visita é dirigida por João Farminhão, investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Coimbra. É sua a proposta de um «safari botânico» de que faz parte a descoberta de alguns endemismos do lugar.

A serra de São Miguel constitui um tesouro praticamente intocado da biodiversidade, com realce para a flora, que tem vindo a ser estudada pelo Jardim Botânico da Universidade de Coimbra. O local apresenta um grande potencial faunístico, como tem sido assinalado pelos investigadores. «O Terras sem Sombra, no seu afã de revelar a identidade mais profunda do Alentejo, está muito satisfeito pela aproximação estabelecida com aquele Jardim, através de um dos seus naturalistas, grande conhecedor dos segredos serranos», destaca José António Falcão.

As iniciativas são de acesso livre e gratuitas.

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