Programa Promove investe 2,5 ME em projetos no interior. Baixo Alentejo está contemplado
A Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o BPI e a Fundação La Caixa vão disponibilizar 2,5 milhões de euros para apoiar 19 projetos e ideias para desenvolvimento do interior de Portugal.
Do concurso da terceira edição do Programa Promove resultou a escolha de “10 projetos-piloto, seis ideias inovadoras e três projetos de investigação e desenvolvimento (I&D) mobilizadores, com foco na transformação e no desenvolvimento das regiões do interior”, aos quais serão atribuídos estes apoios a fundo perdido.
O investimento de 2,5 milhões de euros “resulta do acordo celebrado em 17 de junho de 2020, em que a FCT se comprometeu a igualar o valor dos recursos que a Fundação La Caixa viesse a alocar aos projetos vencedores”.
Criado em 2018, o Programa Promove tem como objetivo “apoiar o desenvolvimento das regiões do interior de Portugal, de modo a contribuir para o desenvolvimento sustentável dessas regiões”, através de “iniciativas inovadoras em domínios estratégicos”.
“Além do concurso destinado a projetos-piloto inovadores e do concurso de ideias destinado a estudantes de instituições de ensino superior, a parceria com a FCT resultou na abertura de uma nova linha de apoio a projetos de I&D mobilizadores, que visa a promoção da investigação, desenvolvimento tecnológico e inovação em domínios estratégicos definidos pelo Governo”, lê-se no comunicado.
Nestes incluem-se águas termais, parques e reservas naturais, estudos sobre riscos biológicos e desenvolvimento, promoção e valorização de novas culturas e produtos naturais para o mercado nacional e internacional.
No total, foram submetidas a concurso 68 candidaturas de projetos-piloto (mais 50% do que em 2019), 14 propostas de ideias e 16 candidaturas à nova linha de projetos I&D mobilizadores.
Com base “em critérios de qualidade, inovação, impacto no território, sustentabilidade e potencial de desenvolvimento”, o júri selecionou 10 projetos-piloto e três projetos I&D de centros de investigação, nas regiões Norte, Centro e Alentejo.
Também foram distinguidas seis ideias de estudantes de universidades ou politécnicos das mesmas regiões, “com base em critérios relacionados com a sua qualidade e exequibilidade, o grau de inovação e o potencial contributo para o desenvolvimento do território”.
Entre os projetos I&D estão a avaliação dos efeitos terapêuticos da água termal no desenvolvimento de bebidas, alimentos e produtos cosméticos, e a sustentabilidade dos recursos, a promoção da resistência e resiliência de ecossistemas fluviais face às alterações climáticas (Beja), um sistema de monitorização da vinha e da biodiversidade funcional em áreas remotas e parques naturais (Figueira de Castelo Rodrigo).
Nos projetos-piloto inovadores contam-se um de remediação de massas de água afetadas por drenagem de mina (Castelo Branco), um sistema de previsão e deteção de pragas em montado (Ourique), um de regeneração de pastagens (Castro Verde), outro de ferramentas de análise para promover a gestão da paisagem e o potencial produtivo com foco na sustentabilidade (Beja) e dois de valorização da bolota (um como matéria-prima em medicina, em Bragança, e outro para a indústria agroalimentar, em Portalegre).
Também foram distinguidos um projeto de estudo e divulgação ao público da maior concentração de pintura esquemática da pré-história recente em Portugal, na Serra de Passos/Serra de Comba (Mirandela), a criação da Casa do Património Pecuário como atração turística (Vila Pouca de Aguiar), um sistema de monitorização em tempo real da evolução das gravuras do Vale do Côa (Vila Nova de Foz Côa) e o desenvolvimento de soluções para melhorar o comportamento térmico dos Blocos de Terra Comprimidos com vista a aumentar o seu uso na indústria da construção e reforçar a circularidade do setor (Serpa).
As ideias inovadoras selecionadas foram um portal 'web' virtual dedicado a promover o valor turístico das Terras de Trás-os-Montes (Bragança), a construção de um protótipo de dispositivo portátil capaz de diagnosticar alergias (Univ. Beira Interior), o desenvolvimento de molhos naturais saudáveis com base em processos sustentáveis (Bragança), passeios turísticos em viaturas de luxo com capacidade para pessoas com mobilidade reduzida (Portalegre), um processo de biorremediação sustentável de plástico PET com recurso a uma bactéria (Univ. Beira Interior) e a utilização de uma bactéria na cadeia de produção de bioetanol para eliminar inibidores da fermentação alcoólica, contribuindo para a viabilização de biorrefinarias que utilizam resíduos da indústria do azeite (Beja).