“Neste momento, estamos a acelerar muito o Portugal 2020 porque começámos mais tarde e perdemos, a nível nacional, três anos em que praticamente se fez muito pouco”, disse o secretário de Estado Adjunto do Desenvolvimento Regional, Carlos Miguel, no âmbito das comemorações do 24.º aniversário da elevação de Sines, a cidade.

À margem da inauguração das Fábricas Romanas e da Casa-Forte do Museu de Sines, o governante sublinhou a importância de os municípios começarem a trabalhar “e a desenhar projetos” para o novo ciclo de fundos comunitários.

“Temos uma grande pressão para acabar o 2020 agora, mas ao mesmo tempo não podemos descuidar do 2030 e temos de fazer projetos. Tive oportunidade de falar com o presidente da Câmara [de Sines] sobre situações em que a autarquia já está a evoluir com projetos para apresentar assim que abrirem os avisos e começar o 2030, mais cedo do que aquilo que foi a má experiência do início do 2020”, frisou.

Para o governante, “é bom que se desenhem e se desenvolvam projetos, que não se aposte nas mesmas áreas, mas em projetos diversificados e em áreas diferentes” para evitar que os territórios “coloquem os ovos todos no mesmo cesto”.

“Uma das áreas em que vai haver alterações é a área do ciclo urbano da água que era gerida, a nível central, por um programa nacional que, no 2030, passa a ser gerida pelas CCDR. Por isso, se os municípios tiverem projetos, muito provavelmente, ainda durante 2021, podemos abrir avisos para esta área”, destacou.

Durante a visita a alguns dos investimentos como a reabilitação do espaço público do Bairro 1.º de Maio, em Sines, as obras de expansão da Zona Industrial Ligeira (ZIL) e do passadiço de suporte à visitação da Costa do Norte, o governante realçou a importância da “atratividade dos territórios”.

“Longe vai o tempo em que as câmaras municipais só se preocupavam com alcatrão e saneamento. Hoje têm de se preocupar com uma rede muito mais larga de intervenções e estes investimentos demonstram a visão de futuro que junta a parte industrial com a empresarial, a requalificação urbana, o cuidar da costa e a cultura sempre presente”, concluiu.

De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, os investimentos “que estão aprovados, em execução ou concluídos recentemente”, rondam “os 20 milhões de euros, quer com apoios comunitários ou da autoria do município”.

Em resposta ao secretário de Estado, o autarca realçou que o município de Sines “tem em carteira mais de 20 projetos concluídos, prontos a lançar os concursos e dependentes dos avisos”, por isso disse estar “disponível para a qualquer momento lançar essas obras”.

O programa das comemorações da elevação de Sines a cidade incluiu ainda a apresentação do Glossário do projeto "Dizeres" e a entrada em funcionamento de uma nova fonte no Jardim das Descobertas, em Sines.

As Fábricas Romanas do Largo João de Deus, agora recuperadas e musealizadas, num investimento de 194 mil euros, permitem que um conjunto de tanques de salga de peixe do período romano (século I) fique finalmente exposto ao público numa estrutura que recria a sua volumetria original, facilita a visita e comunica a sua história.

Na Casa-Forte do Museu de Sines passam a estar expostos os principais tesouros do Museu de Sines, como o Tesouro do Gaio (século VII A.C.), a coleção de moedas de José Miguel da Costa e o “Tesouro do Africano”, descoberto em Sines em 2012, composto por moedas de prata, algumas das quais cunhadas na América.


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