Governo pede estudo sobre aproveitamento do atual edifício do hospital de Évora
O Governo pediu à administração do hospital de Évora que apresente, até final de outubro, um estudo sobre o aproveitamento dos atuais edifícios hospitalares, após o novo entrar em funcionamento, para “suporte habitacional a profissionais de saúde”.
Este é um dos pontos de um despacho assinado pelo secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, datado de dia 16 e publicado ontem em Diário da República (DR).
Segundo o documento, compete à administração do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) apresentar, até final de outubro, “um estudo prévio para rentabilização e reafetação” dos atuais edifícios, nomeadamente para “o seu aproveitamento para suporte habitacional a profissionais de saúde”.
O despacho, consultado pela agência Lusa, visa estabelecer “os termos da participação e do envolvimento do HESE no processo de aquisição dos equipamentos médicos a usar” no novo hospital e a sua articulação com a Administração Regional de Saúde (ARS).
De acordo com o Governo, a atual fase do projeto do novo Hospital Central do Alentejo “requer a intervenção e o envolvimento mais ativo do HESE”, pois “será este que virá a assumir a operação” da nova unidade.
“Na atual fase da obra, torna-se necessário garantir a articulação e a compatibilidade entre esta e os equipamentos a instalar, salvaguardando e garantindo os necessários requisitos para a sua correta utilização futura”, é salientado.
No despacho, o Governo atribui ao HESE competências para “preparar e executar todo o processo de definição, planeamento, aquisição e instalação dos equipamentos necessários ao seu funcionamento, incluindo as operações inerentes à transferência de serviços e de equipamentos” do atual para o novo edifício.
Quanto à aquisição dos equipamentos e dos sistemas de informação necessários, o Governo refere que o financiamento “será assegurado, preferencialmente, por verbas provenientes de fundos comunitários”.
“O conselho de administração do HESE pode solicitar a colaboração de representantes de outros serviços e organismos do Ministério da Saúde, assim como designar, a título individual, peritos e especialistas de reconhecido mérito e competência na matéria em causa”, lê-se ainda no documento.
O futuro hospital, que está a ser construído pela Aciona na periferia de Évora, vai ocupar uma área de 1,9 hectares e está previsto que tenha uma capacidade de 351 camas em quartos individuais, que pode ser aumentada, se necessário, até 487.
Com 30 camas de cuidados intensivos/intermédios e 15 de cuidados paliativos, a nova unidade vai ter, entre outras valências, 11 blocos operatórios, três dos quais para atividade convencional, seis para ambulatório e dois de urgência, cinco postos de pré-operatório e 43 postos de recobro.
A empreitada, que está prevista estar concluída no final deste ano ou início de 2024, envolve um investimento total de cerca de 210 milhões de euros.
A agência Lusa contactou o HESE, mas a unidade hospitalar escusou-se a prestar mais informações.