Greve nacional de guardas florestais com “adesão plena”
A greve de guardas-florestais que decorre hoje a nível nacional conta com “adesão plena”, de acordo com a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS).
A greve foi convocada pela FNSTFPS para reivindicar a valorização dos salários, a atribuição de suplementos decorrentes das funções policiais, o aumento das percentagens de compensação pelo trabalho prestado em dias feriados, o aumento do número de efetivos e a abertura dos concursos de promoção na carreira.
O dia de greve foi assinalado também com uma manifestação em frente ao Ministério da Administração Interna (MAI), no Terreiro do Paço, em Lisboa, que reuniu cerca de 200 pessoas.
“Queremos demonstrar ao governo que os trabalhadores não aguentam mais. Os guardas-florestais estão cansados e querem a resolução das suas reivindicações”, frisou a coordenadora da FNSTFPS, Elisabete Gonçalves.
Durante o protesto, marcado por palavras de ordem como “Cabrita, escuta, os guardas-florestais estão na rua”, foi entregue uma resolução ao MAI com as propostas aprovadas no local pelos guardas-florestais presentes.
Uma delegação da federação sindical foi recebida pela chefe de gabinete do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e por um elemento do gabinete da Secretária de Estado da Administração Interna, que já tinha estado presente na quinta-feira numa reunião com a estrutura sindical.
“Foi-nos dito que no dia 18 de junho, possivelmente, já iríamos ter material [da tutela] relativo às reivindicações que apresentámos; e que nessa data também, em princípio, nos iriam apresentar um calendário de negociação”, expôs Elisabete Gonçalves.
Mesmo sem “nada em concreto” em cima da mesa, a representante da federação congratulou-se com esse resultado da greve.
À espera de respostas por parte do governo, Elisabete Gonçalves assegurou que “enquanto as coisas não estiverem resolvidas”, os trabalhadores vão continuar mobilizados “porque sem luta não há nada”.
Os guardas-florestais foram integrados no Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR em 2006 e inicialmente estava prevista a sua extinção, mas foram reativados em 2018 após os grandes incêndios de 2017.
Atualmente a GNR conta com cerca de 400 guardas-florestais ao serviço, que têm como missão fiscalizar e investigar os ilícitos nos domínios florestal, caça e pesca.