Incêndios: Autarca de Odemira espera que Governo apresente medidas de apoio em outubro
O presidente da Câmara de Odemira, Hélder Guerreiro (PS), espera que o Governo apresente, em outubro, as medidas de apoio para mitigar os prejuízos causados pelo incêndio que deflagrou, em agosto, neste concelho do distrito de Beja.
“Como até agora tem tudo corrido dentro do que estava previsto, nada nos leva a crer que no espaço de um mês não tenhamos, de facto, as medidas aprovadas e definidas”, disse o autarca.
O eleito falava aos jornalistas no salão nobre dos Paços do Concelho, onde ontem à tarde reuniu, juntamente com os autarcas de Aljezur e de Monchique (Faro), com a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.
Na reunião marcaram igualmente presença os secretários de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino, da Habitação, Fernanda Rodrigues, e da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, assim como representantes de diversas entidades públicas e de associações locais.
O encontro tinha sido anunciado ainda em agosto, no rescaldo do incêndio, e teve como objetivo fazer um balanço dos prejuízos causados pelas chamas.
Segundo anunciou no final a ministra Ana Abrunhosa, os prejuízos ascendem “a cerca de 15 milhões de euros”.
A governante disse ainda que, após a sessão de hoje, “daqui a 15 dias” estará feito o levantamento final dos prejuízos causados pelo incêndio e que dentro de “um mês haverá uma nova reunião”.
É nessa altura que o presidente da Câmara de Odemira espera que já exista “uma resolução do Conselho de Ministros” que possa “congregar todas as medidas” de apoio que foram discutidas durante a reunião de hoje.
“Seja em resolução do Conselho de Ministros – que era aquilo que nos parecia mais eficaz – seja numa outra forma qualquer, [esperamos] que as medidas estejam estruturadas e no terreno”, disse.
O autarca do litoral alentejano elogiou ainda a forma como a reunião de hoje decorreu, considerando que foi “muito interessante e muito importante”, pois permitiu ao Governo “discutir com as pessoas algumas propostas de medidas que trazia”.
“Uma das coisas muito importante nesta reunião foi falarmos de futuro. E futuro é não voltar a cometer os mesmos erros que se têm cometido ao longo dos anos, em que temos um espaço que tem sido objeto de incêndios que têm, de alguma forma, criado prejuízos enormes”, acrescentou.
Por isso, continuou, a proposta de criação de uma Área Integrada de Gestão da Paisagem (AIGP), abrangendo os três municípios e envolvendo também agentes privados, “pode ser muito importante para estes territórios”.
Questionado pelos jornalistas sobre o futuro das oito famílias que viram as chamas destruir na totalidade as suas primeiras habitações, Hélder Guerreiro afiançou que estas poderão ser apoiadas através do programa ‘Porta de Entrada’.
O incêndio no concelho de Odemira teve início no dia 05 de agosto e foi dado como dominado às 10:15 do dia 09, seis dias depois de ter deflagrado numa área de mato e pinhal na zona de Baiona, na freguesia de São Teotónio.
O fogo chegou a entrar nos concelhos algarvios de Monchique e Aljezur e a área ardida ascende a cerca de 8.400 hectares, num perímetro de 50 quilómetros.