A portaria sobre o Centro Académico Clínico do Alentejo (C-TRAIL), assinada pelos ministros da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Marta Temido e Manuel Heitor, respetivamente, foi publicada hoje em Diário da República e entra em vigor no sábado, criando formalmente esta valência.

O C-TRAIL é resultado de um consórcio que integra a Universidade de Évora (UÉ), politécnicos de Beja e Portalegre, Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) e unidades locais de saúde (ULS) do Norte Alentejano, do Litoral Alentejano e do Baixo Alentejo.

Com sede na Escola de Saúde e Desenvolvimento Humano da UÉ, em Évora, o C-TRAIL vai dedicar-se ao “avanço e aplicação do conhecimento e da evidência científica para a melhoria da saúde, designadamente na região do Alentejo”, pode ler-se na portaria.

“O desenvolvimento da dimensão académica e da qualificação nas áreas das ciências biomédicas, médicas, engenharia biomédica, saúde pública, políticas de saúde, economia, gestão, ciências e tecnologias da saúde, robótica e enfermagem” é um dos objetivos.

Outra das metas deste centro académico clínico é “a promoção da qualidade dos cuidados prestados às populações” e a definição de “uma estratégia de base que corresponda à realidade demográfica e social da região”.

Contactada pela agência Lusa, a reitora da UÉ, Ana Costa Freitas, destacou que o C-TRAIL “vai desenvolver investigação em medicina e cuidados de saúde” e será, no futuro, “um forte apoio para a criação de um curso de medicina” na academia.

“Consolidada esta parte da investigação, juntamente com o novo Hospital” Central do Alentejo, que está em construção em Évora, “vamos eventualmente avançar, daqui a uns anos, para o curso de medicina” na UÉ, afirmou.

Ana Costa Freitas realçou que a academia alentejana já propôs a criação do curso em Ciências Biomédicas e da Saúde, considerando que a respetiva abertura será também “mais um passo” para o posicionamento da UÉ na área da saúde.

Segundo a reitora, após a formalização do Centro Académico Clínico do Alentejo, o “passo seguinte” é a apresentação de uma candidatura, junto da Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB), para financiamento.

“Está aberta uma linha de financiamento para centros académicos clínicos já formados e nós, agora, vamos candidatar-nos a financiamento”, o qual se destina sobretudo ao funcionamento e à estrutura do C-TRAIL, adiantou.

Referindo que esta candidatura ainda está a ser preparada, Ana Costa Freitas indicou que o centro académico clínico vai funcionar “como uma unidade de investigação”, com “avaliação de quatro em quatro anos” e a possibilidade de “ter projetos”.

De acordo com a portaria, o C-TRAIL vai procurar também “a racionalização e maximização de meios humanos, materiais e tecnológicos dos respetivos membros, potenciando sinergias nas várias áreas de atuação com integração e partilha de recursos”.