IV Congresso Luso-Espanhol de Pecuária Extensiva em sintonia com desafios da PAC
O IV Congresso Luso-Espanhol de Pecuária Extensiva revelou-se em sintonia com os próximos desafios da Política Agrícola Comum (PAC). As conclusões do evento, que decorreu, em Ourique, com cerca de 400 pessoas, são agora apresentadas em nota de imprensa.
De acordo com os congressistas, um dos problemas estruturais por resolver prende-se com “o processo da renovação geracional no setor agrícola” que “carece de mecanismos que reforcem incentivos financeiros e fiscais que tornem a atividade mais atrativa para os jovens, mecanismos de acesso à terra por parte de novos agricultores, a criação de estratégias e implementação de planos de ação, por parte das organizações de produtores, que assegurem a renovação geracional”
Como conclusão, os congressistas consideraram ainda que as atividades do mundo rural estão a “tornar-se invisíveis porque não são devidamente percecionadas e valorizadas pelo mundo urbano.”
Outra das conclusões do Congresso “prende-se com a questão da sanidade animal, com uma importância económica muito relevante e que deve ser encarada com base numa política ibérica”, seguindo o lema “prevenir é melhor que curar”. De acordo com os congressistas “a saúde animal tem impacto ao nível da saúde pública e ambiental e ao nível da viabilidade económica das explorações” e “com a experiência e conhecimento acumulados sobre as doenças vetoriais, nomeadamente com a Língua Azul, que se tornou um problema estrutural, torna-se clara a ineficiência de programas de erradicação em oposição a programas de controlo assentes na deteção precoce, análise de risco e profilaxia vacinal.”
Os congressistas sublinharam ainda que “aprodução animal extensiva é indissociável do ecossistema montado na Península Ibérica” e “reivindicam que medidas da PAC deverão ser ajustadas às especificidades dos territórios, tendo em consideração o solo, o clima e a diversidade de atividades agro-silvo pastoris, e que os apoios aos criadores de animais sejam considerados em função da área afeta ao sistema de produção e não ao animal (encabeçamento).”
É ainda reclamado investimento público numa rede para fornecimento de água às explorações em todo o território do interior transfronteiriço para apoio a pequenos regadios, abeberamento de animais e abastecimento de águas às populações.
Os congressistas concluíram ainda que as medidas da PAC têm de ser reavaliadas e ajustadas às especificidades dos sistemas de produção animal extensiva ao nível ibérico, devendo o seu orçamento assegurar pagamentos adequados à Pecuária Extensiva.
Recorde-se que o IV Congresso Luso-Espanhol de Pecuária Extensiva foi organizado pela ACOS – Associação de Agricultores do Sul, União dos Agrupamentos de Defesa Sanitária do Alentejo, Cooperativas Agro-Alimentarias de España e Federación Andaluza de Agrupaciones de Defensa Sanitária Ganaderas. Conta com o apoio da Câmara Municipal de Ourique, da Associação de Criadores de Porco Alentejano e da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo.