De acordo com os congressistas, um dos problemas estruturais por resolver prende-se com “o processo da renovação geracional no setor agrícola” que “carece de mecanismos que reforcem incentivos financeiros e fiscais que tornem a atividade mais atrativa para os jovens, mecanismos de acesso à terra por parte de novos agricultores, a criação de estratégias e implementação de planos de ação, por parte das organizações de produtores, que assegurem a renovação geracional”

Como conclusão, os congressistas consideraram ainda que as atividades do mundo rural estão a “tornar-se invisíveis porque não são devidamente percecionadas e valorizadas pelo mundo urbano.”

Outra das conclusões do Congresso “prende-se com a questão da sanidade animal, com uma importância económica muito relevante e que deve ser encarada com base numa política ibérica”, seguindo o lema “prevenir é melhor que curar”. De acordo com os congressistas “a saúde animal tem impacto ao nível da saúde pública e ambiental e ao nível da viabilidade económica das explorações” e “com a experiência e conhecimento acumulados sobre as doenças vetoriais, nomeadamente com a Língua Azul, que se tornou um problema estrutural, torna-se clara a ineficiência de programas de erradicação em oposição a programas de controlo assentes na deteção precoce, análise de risco e profilaxia vacinal.”

Os congressistas sublinharam ainda que “aprodução animal extensiva é indissociável do ecossistema montado na Península Ibérica” e “reivindicam que medidas da PAC deverão ser ajustadas às especificidades dos territórios, tendo em consideração o solo, o clima e a diversidade de atividades agro-silvo pastoris, e que os apoios aos criadores de animais sejam considerados em função da área afeta ao sistema de produção e não ao animal (encabeçamento).”

É ainda reclamado investimento público numa rede para fornecimento de água às explorações em todo o território do interior transfronteiriço para apoio a pequenos regadios, abeberamento de animais e abastecimento de águas às populações.

Os congressistas concluíram ainda que as medidas da PAC têm de ser reavaliadas e ajustadas às especificidades dos sistemas de produção animal extensiva ao nível ibérico, devendo o seu orçamento assegurar pagamentos adequados à Pecuária Extensiva.

Recorde-se que o IV Congresso Luso-Espanhol de Pecuária Extensiva foi organizado pela ACOS – Associação de Agricultores do Sul, União dos Agrupamentos de Defesa Sanitária do Alentejo, Cooperativas Agro-Alimentarias de España e Federación Andaluza de Agrupaciones de Defensa Sanitária Ganaderas. Conta com o apoio da Câmara Municipal de Ourique, da Associação de Criadores de Porco Alentejano e da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo. 

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