Jerónimo de Sousa diz que voto na CDU é "a mais eficaz vacina política"
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou hoje o voto na CDU nas próximas eleições legislativas como “a mais eficaz vacina política” para impedir a “doença terrível” da política de direita no país.
“Nestas eleições, o voto na CDU é como uma vacina. É a mais eficaz vacina política para impedir essa doença terrível para o país que tem sido a política de direita”, afirmou o líder comunista, na sua intervenção num almoço em Beja.
Segundo Jerónimo de Sousa, votar CDU nas eleições de 30 de janeiro do próximo ano significa “a vacina que previne o regresso da direita ao poder”.
Mas também a vacina “que reduz a possibilidade da concretização do bloco central e que não permite que o PS fique com mãos livres”.
“Tal como a vacina para a covid-19, também aqui precisamos de um reforço. O nosso país precisa de um reforço da CDU e é por isso que vamos lutar nos próximos dois meses”, argumentou.
No almoço, para apresentação pública dos candidatos da CDU pelo círculo eleitoral de Beja e que contou com mais de 100 militantes e simpatizantes do partido, o secretário-geral do PCP reiterou que “o PS não queria soluções” para o país, porque “queria mesmo ir para eleições”.
Já o PCP, que “não hesitou, em 2015, derrotar o Governo da direita em exercício”, com o entendimento parlamentar que viabilizou o Governo do PS, não tinha agora estas eleições “como objetivo”, mas vai disputá-las “com toda a confiança”.
“Há quem fale agora que estão com medo que se abra a porta à direita. O PCP, a única porta que uma vez abriu, foi para correr com direita e formar uma outra solução” de governação do país, frisou.
Para Jerónimo de Sousa, agora, “já está em marcha a habitual campanha de bipolarização” que vai marcar o quadro político em que se vão disputar as próximas eleições.
“Aí está esse fingimento de disputa entre PS e PSD, como se ambos não puxassem, no essencial, para o mesmo lado, o lado da política de direita”, afirmou.
Lembrando que as legislativas servem para eleger os 230 deputados à Assembleia da República e não o primeiro-ministro, “como as eleições de 2015 bem provaram”, o líder do PCP disse que “o que conta é a relação de forças que se forma” no parlamento “e não a força que elege mais deputados”.
“Alguns procurarão reduzir o debate político e eleitoral a uma competição de frases sonantes, “polémicas de um dia e outras manobras eleitorais de pouco conteúdo”, criticou.
Quem quiser “avançar”, pode contar com a CDU, mas quem pretender outra coisa não, avisou: “Não contem connosco para tomar as medidas da política de direita ou para fingir que não existem os problemas estruturais que afetam o nosso desenvolvimento”.
“Muitos dos que tanto falam de possíveis acordos, putativas convergências e outros arranjos, fogem a falar do conteúdo concreto das políticas, escapam-se a explicar as soluções que têm para os problemas do país”, afiançou o líder comunista.
Sobre o Alentejo o líder comunista afirmou que a região está farta de discursos bonitos.
João Dias, o deputado comunista que volta a ser o primeiro candidato pela CDU no distrito de Beja, acusou os socialistas da região de também eles alinharem pelo discurso das "contas certas", afirmando que as contas não estão certas na região porque continuam por cumprir as principais reivindicações no plano das infraestruturas fundamentais.