Jerónimo voltou a elencar os motivos, que segundo afirmou, “estão agora mais visíveis”, que levaram o PCP a votar contra o Orçamento de Estado, criticando ainda a falta de investimento no SNS.

Jerónimo de Sousa diz que a situação do Serviço Nacional de Saúde é hoje pior do que há seis meses quando o PCP tentava negociar com o governo o orçamento de estado. O líder comunista acusa o governo de ter recusado todas as propostas que PCP tentou negociar durante meses.

E usou o exemplo da crise na saúde para dizer que o PCP teria hoje ainda menos apoiantes se tivesse deixado passar o orçamento de estado.

Jerónimo de Sousa, exigiu ao Governo uma “outra atitude” para contrariar “os escandalosos” aumentos dos combustíveis, que deve passar pela regulação e fixação de tetos máximos dos preços.

“É tempo de o Governo tomar outra atitude face aos aumentos escandalosos dos combustíveis, regulando os preços e fixando preços máximos”, defendeu o líder comunista, em Beja.

“Vivemos uma situação em que se adensam as preocupações em relação à evolução da situação económica e social do país, com um forte impacto muito negativo nas condições de vida e nos direitos dos trabalhadores e do povo”, afirmou.


Segundo o líder comunista, é também “tempo” de o Governo socialista tomar outras medidas, como “garantir a reposição da taxa do IVA nos 6% na eletricidade e gás”, criar “um Cabaz Alimentar Essencial” e definir “um preço de referência para cada um dos produtos, com base nos custos reais e numa margem não especulativa”.

A atualização extraordinária para todas as pensões, no montante mínimo de 20 euros por pensionista, ou a adoção de “medidas concretas para assegurar aumentos de salários” foram outras das medidas reclamadas pelo líder do PCP.

“Nada impede [o Governo] de o decidir e fazer, tal como nada o impede de revogar a caducidade da contratação coletiva para facilitar a negociação dos aumentos dos salários em todos os setores”, argumentou.

Mas o que o executivo do PS “se propõe fazer é passar por cima deste problema, com as suas recentes propostas de revisão da legislação laboral, as quais mostram o seu claro compromisso com a política de direita”, criticou.

Sobre a guerra na Ucrânia e as sanções internacionais à Rússia, o líder do PCP considerou que estas “são um grande negócio para o complexo militar industrial, para as grandes transnacionais dos combustíveis e da energia e para os grandes grupos do setor alimentar”.

E “o Governo o que pretende é colocar o fardo da inflação, das atividades especulativas sobre os trabalhadores e o povo”, acusou.

O líder comunista recordou ainda que o partido, ao longo da sua história, “lutou muito e continua a lutar muito pela liberdade e pela democracia”, pelo que não se revê em críticas recentes.

“Esses que proclamam que o PCP é um partido inimigo da liberdade, eles sabem lá o que dizem. Um partido que pagou caro a sua luta pela liberdade, como é que podia querer acabar com ela? Não”, argumentou.

Na sua intervenção o secretário geral dos comunistas falou para dentro do partido com apelos à organização e intervenção. Diz Jerónimo de Sousa que é vital reforçar o PCP e dar-lhe a máxima atenção.

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