José António Falcão distinguido com o Prémio Fundação Calouste Gulbenkian
O historiador de arte, museólogo e gestor cultural José António Falcão recebeu o Prémio Fundação Gulbenkian que assinala, em 2024, o mais importante livro consagrado à história de presença de Portugal no Mundo.
Foto: José António Silva
“Parecer e Ser – Excursus Vital de D. António Paes Godinho, Bispo de Nanquim”, com a chancela da editora Orik, foi a obra escolhida pelo júri nomeado para o efeito, sob a égide da Academia Portuguesa da História, a principal instituição nacional no âmbito das ciências históricas.
A entrega do Prémio decorreu, por ocasião do encerramento do ano académico, no Palácio dos Lilases, em Lisboa, sede da Academia.
José António Falcão integra o Centro de Estudos Globais da Universidade Aberta, de Lisboa. Autor de bibliografia de referência sobre o Alentejo, tem-se dedicado sobretudo ao estudo da arte e da cultura desta região, sendo autor de bibliografia de referência nas áreas da sua especialidade, com destaque para a relativa a este território. Dirigiu o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja entre 1984 e 2016 e coordenou, em seguida, o Centro UNESCO de Arquitectura e Arte. Actualmente, é vice-presidente de Europae Thesauri, organização europeia de museus, com sede em Liège e Paris.
Outra das suas realizações, o Festival Terras sem Sombra, tem papel de relevo na descentralização da música erudita em inúmeras localidades alentejanas, apresentando uma programação qualificada, a par da divulgação do património cultural e da salvaguarda da biodiversidade. Este festival, que assinalou, em 2024, a 20.ª edição, apresenta uma visão abrangente da região como destino artístico, cultural e científico, envolvendo algumas dezenas de municípios e outras instituições.
Nas palavras com que agradeceu o Prémio Fundação Calouste Gulbenkian, entregue por Guilherme d’Oliveira Martins, administrador executivo desta instituição, e por Manuela Mendonça, presidente da Academia Portuguesa da História, José António Falcão salientou que “o Alentejo permanece um formidável laboratório de investigação para as ciências sociais, com a particularidade de que, apesar do incremento nos estudos a ele referentes, existem vários domínios que se mantêm enigmáticos”. E acrescentou: “a região continua a ser, realmente, terra de mistérios”.
A intervenção de José António Falcão na pesquisa e salvaguarda do património cultural, à escala europeia, foi recentemente reconhecida pelo Governo da Bélgica com a atribuição do grau de cavaleiro da Ordre de la Couronne, outorgada pelo rei Filipe I.