Numa resposta por escrito a questões colocadas pela agência Lusa, a APA confirmou que a operação de ligação da Lagoa de Santo André ao mar “será efetivada cerca de duas horas após o pico da maré cheia, a qual ocorre cerca das 15:00 no dia 8 de abril”.

Segundo a APA, a operação está a ser “preparada em articulação próxima com o ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas] e com o envolvimento da Autoridade Marítima (Capitania do Porto de Sines)”.

“Também são envolvidos os órgãos autárquicos, a comunidade de pescadores locais e outros intervenientes indicados pela Junta de Freguesia de Vila Nova de Santo André”, acrescentou.

Questionada pela Lusa sobre os moldes em que a operação será efetuada, a APA esclareceu que será escavado “um canal perpendicular à linha de costa alinhado com a zona de maior profundidade na zona terminal do corpo lagunar”.

Em comunicado, a Câmara Municipal de Santiago do Cacém, disse que, apesar do anúncio da abertura da Lagoa de Santo André ao mar, na próxima segunda-feira, a cargo da APA, “mantém-se a expectativa sobre a forma como o processo será feito no terreno”.

“Esse tem sido o grande problema nos últimos anos e que tem contrariado o objetivo da abertura da Lagoa ao mar, que é a renovação da água, melhorando a qualidade dos ecossistemas e contribuindo para a economia local”.

A operação acontece depois de um protesto público, no passado dia 05 de março, convocado pelo município de Santiago do Cacém e pela Junta de Freguesia de Santo André.

A ação, que juntou cerca de 100 participantes, entre autarcas e população, e incluiu a porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês Sousa Real, visou protestar contra o facto de a lagoa ainda não ter sido aberta este ano ao mar.

Na ocasião, em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, acusou a APA “de irresponsabilidade” por não abrir a lagoa ao mar.

Segundo o autarca, a APA terá alegado que não tem “a competência legal para a abertura da lagoa, dando a entender que será o ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas] que tem essa responsabilidade”.

Mas, o ICNF “já respondeu a dizer que a responsabilidade não é sua, mas sim da APA”, acrescentou.

O autarca explicou ainda que o procedimento para a abertura da lagoa, que segundo o regulamento deverá ser feita preferencialmente até dia 15 de março, obriga à contratação pública de uma empresa e exige o seu tempo processual.

No mesmo dia, em comunicado, a APA disse que estava “a acompanhar a evolução das condições ambientais da Lagoa de Santo André” e referiu que, “contrariamente a anos anteriores, o volume de água na Lagoa de Santo André é considerável”.

Este ano, perante as atuais condições da lagoa, “não se prevê a ocorrência de episódios de degradação da qualidade da água”, ou seja, eutrofização, insistiu na altura a APA.


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