Em meados de Abril, a Cruz Vermelha Portuguesa anunciou a decisão de encerramento dos dois lares da instituição em Beja, devido às condições físicas precárias em que se encontram os edifícios.

31 de julho foi a data limite anunciada para o encerramento de ambos os lares mas as portas da Casa de Repouso José António Marques já foram fechadas, na semana passada. 

29 funcionários e cerca de 36 utentes aguardam agora respostas sobre o encerramento da Casa de Repouso Henry Dunant. 

Uma das funcionárias do lar que ainda se mantém aberto, diz que “ninguém sabe para onde vão os utentes que aqui estão, e nós também não sabemos para onde vamos”. À comunicação social, Fátima Costa conta que aos funcionários não foi enviada nenhuma carta, nem qualquer tipo de informação fidedigna, além do “passa palavra” para procurarem novos empregos. 

O mesmo acontece em relação aos familiares dos utentes, que, apesar de terem recebido uma garantia do Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa de que “ninguém ficaria para trás”, não escondem a falta de respostas e os receios quanto ao destino dos utentes, após o encerramento das instalações. 

Entre os familiares, fala-se da opção de um lar em Barrancos mas, em unanimidade, garantem que “está fora de questão” para quem quiser manter contacto com os utentes. 

Durante o protesto desta tarde, aos jornalistas, a Cruz Vermelha Portuguesa disponibilizou um comunicado de imprensa, onde informa que “com o objetivo de encontrar uma solução para os seus utentes, a Cruz Vermelha Portuguesa tem realizado semanalmente reuniões com as entidades competentes, com vista a encontrar a melhor solução para as 33 pessoas que ainda se mantêm nestas ERPIS”. 

“A Cruz Vermelha tem realizado todos os esforços na tentativa da melhor solução, tendo inclusivamente disponibilizado meios de transporte para as famílias que queiram conhecer as respostas sociais”, afirma. 

“Adicionalmente às vagas já encontradas, foram identificadas 11 novas vagas e brevemente serão comunicadas mais seis às famílias. Num total de 17”. 

Em comunicado, a Cruz Vermelha Portuguesa informa ainda que tem mantido contacto com grandes empregadores da região, com o intuito de encontrar soluções profissionais para o maior número de trabalhadores, e “garante um acompanhamento individualizado de cada trabalhador tendo em conta a sua situação socioeconómica”. 

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