Legislativas: Resultado coloca maiores exigências à intervenção do PCP
O resultado da CDU no distrito de Beja nas eleições legislativas de 10 de março, é “um desenvolvimento negativo que, em linha com os resultados nacionais da CDU, coloca maiores exigências à intervenção do PCP e à luta em defesa dos interesses dos trabalhadores e das populações”. A afirmação é feita pela DORBE do PCP.
Os comunistas reuniram-se para analisar o resultado das eleições, apreciar a
evolução da situação política, e traçar linhas de orientação para o
desenvolvimento da luta dos trabalhadores e das populações e para a iniciativa
política e reforço do Partido.
Ainda no que toca às Legislativas, a DORBE afirma que a votação da CDU no distrito de Beja (mais de 11500 votos correspondentes a 15% dos votos expressos), constituiu, independentemente de insuficiências próprias, uma manutenção no essencial da sua influência eleitoral comparada com as ultimas eleições, e uma expressão de resistência com tanto mais valor e significado quanto a construção deste resultado teve de enfrentar um prolongado enquadramento caracterizado pela hostilidade e menorização da CDU, pela continuada falsificação de posicionamentos do PCP, pela promoção de forças e conceções reacionárias, pelo favorecimento mediático de outras forças políticas e por uma forjada disputa entre dois “candidatos a primeiro- ministro” com o objetivo de reduzir a escolha a opções semelhantes, branquear responsabilidades e esconder soluções e políticas alternativas.
Os comunistas consideram que em “contexto de ataques, bloqueios e preconceitos propagados pelo espaço político-mediático determinado pelos interesses do grande capital, o resultado da CDU no distrito de Beja é o resultado de um esforço coletivo, construído a pulso no desenvolvimento de uma intensa campanha de contacto com os trabalhadores e as populações do distrito.”
Quanto à eleição de um deputado do CHEGA, em Beja, a DORBE afirma que se trata de uma “força que construiu o seu resultado a partir da mentira e da demagogia mais abjeta, muitas vezes propagada pela comunicação social dominante e objetivamente alimentada pelas consequências da política de direita de sucessivos governos, traduz, para lá da dimensão reacionária, xenófoba e racista e do discurso de ódio desta força política, a ilusão a que milhares de eleitores foram levados sob um falso discurso contra a corrupção e as injustiças, das quais esse partido é ativo cúmplice e promotor.”
Ainda segundo a DORBE “a ação desta e outras forças, que, no essencial, são forças sucedâneas de outras forças de direita como o PSD e CDS, irá resultar no aprofundamento das desigualdades e injustiças e num crescente ataque aos direitos e condições de vida de quem aqui vive e trabalha, direitos pelos quais o PCP, sejam quais forem as condições, nunca desistirá de lutar e agir com a coragem e determinação de sempre, e que o povo do distrito de Beja tão bem conhece.”
Para o PCP o que os resultados expressam acima de tudo é “consequência de décadas de uma mesma política praticada por PS e PSD, forças que apesar de promessas repetidas em cada eleição, nunca cumpriram os seus compromissos, esqueceram o Alentejo, e que pelas suas opções, ausências de resposta e políticas, contribuíram para pôr em causa as conquistas e as bases democráticas construídas pela luta dos trabalhadores e do povo, e conquistadas na revolução de Abril.”