Liberdade e esperança marcam ação cultural da Fundação Eugénio de Almeida em 2024
O duplo signo da liberdade e da esperança marcam a programação cultural deste ano na Fundação Eugénio de Almeida (FEA), em Évora, com exposições de Ana Vidigal e Alfredo Cunha e uma coletiva de artistas nascidos após 1974.
Foto: FEA
“Num contexto de grande incerteza e inúmeros desafios à escala global, a programação do Centro de Arte e Cultura foi pensada sob o duplo signo da liberdade e da esperança”, destacou Maria do Céu Ramos, secretária-geral da FEA, citada num comunicado enviado à agência Lusa.
São estes os dois “valores essenciais que se celebram em 2024, no país e na Fundação, e que também se constroem através da arte, da cultura e do livre pensamento”, assinalou a mesma responsável.
No ano em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, as exposições individuais do fotógrafo Alfredo Cunha e da artista plástica Ana Vidigal e uma mostra coletiva sobre a liberdade, com trabalhos de artistas nascidos depois de 1974, sobressaem na programação do Centro de Arte e Cultura (CAC) da instituição.
E estas iniciativas destacam-se “pela sua importância, dimensão e qualidade”, assinalou a FEA, que ainda prossegue este ano as comemorações dos seus 60 anos de existência, iniciadas no ano passado.
“O tempo de todas as perguntas” é o título da mostra, com fotografias do fotojornalista Alfredo Cunha, que vai poder ser visitada, no Piso 2 do CAC, entre 12 de março e outubro, com curadoria de Patrícia Reis.
A iniciativa “apresenta um conjunto de 40 imagens, algumas delas inéditas, resgatadas do arquivo pessoal [do fotojornalista] da década de 1970 e que nos oferecem um verdadeiro retrato social do país à época, obrigando-nos questionar o caminho percorrido nas últimas cinco décadas”, resumiu a FEA.
A partir de 24 de novembro e entrando em 2025, o Piso 1 do CAC vai ser ‘palco’ da mostra “Ateliê Ana Vidigal”, igualmente com curadoria de Patrícia Reis, uma “retrospetiva inédita”, na qual se reúne “um impressionante conjunto de obras” da artista plástica, “abrangendo quatro décadas de produção artística”.
“O trabalho de Ana Vidigal pode ser comparado a uma série de caixas que se abrem sucessivamente, revelando camadas e camadas de significado. Cada peça artística é uma parte desse quebra-cabeças intrigante, um convite para explorar as múltiplas dimensões da experiência humana”, em que a artista “mergulha profundamente em temas sociais diversos, compartilhando o seu olhar intenso e único sobre o mundo”, indicou a FEA.
A exposição coletiva “A liberdade e só a liberdade”, com curadoria de Ana Matos, vai ‘ocupar’ mais cedo o Piso 1 do Centro de Arte e Cultura, entre 22 de junho e 10 de novembro, reunindo o trabalho de 12 artistas contemporâneos portugueses, todos nascidos a partir da década de 1970, através de uma abordagem multidisciplinar.
“A exposição visa proporcionar uma análise penetrante da sociedade portuguesa, mergulhando em temáticas e problemáticas emergentes e oferecendo soluções criativas e inovadoras para a reflexão do público”, notou a fundação, acrescentando que a iniciativa vai envolver também a comunidade.
Da programação deste ano, fazem também parte as exposições “Metade dos Minutos - Instalação Artística Imersiva”, de Ângela Rocha, inaugurada este sábado e patente até 07 de abril, “Aprended, mortales, a buscar las cosas del cielo”, numa colaboração transfronteiriça com o Museu Extremenho e Ibero-americano de Arte Contemporânea (MEIAC), de Badajoz, de 13 de julho a 2025, e a “Mostra Espanha”, de 20 de outubro a 2025.