Livro revela “novas perspetivas” sobre a história do concelho de Odemira
Os historiadores António Quaresma e José António Falcão reuniram, em mais de mil páginas, a história do concelho de Odemira, num trabalho que pretende revelar “novas e estimulantes perspetivas” sobre este município do litoral alentejano.
Intitulada “Odemira – Património, Religião, Sociedade e Território”, a obra é editada pela câmara municipal e pela associação Pedra Angular, sendo apresentada publicamente nesta quarta-feira, às 11h00, no cineteatro Camacho Costa, em Odemira.
Segundo comunicado da autarquia, enviado à agência Lusa, o livro, dividido em três volumes e com prefácio do historiador José Mattoso, é um “estudo de temática histórica e patrimonial” de Odemira, incluindo “diversas secções de cartografia e iconografia”.
A obra conta igualmente com “centenas de fotografias inéditas” ou “pouco conhecidas”, assim como “uma bibliografia sistemática e um extenso apêndice documental”, acrescentou a câmara.
Fruto de 15 anos de trabalho conjunto dos dois autores, propõe uma “leitura integradora do passado do concelho” de Odemira.
O livro assenta, “sobretudo, em quatro dimensões que nos pareceram essenciais para a sua compreensão”, nomeadamente “o património, a vida religiosa, a organização social e a estrutura territorial, especialmente a partir da idade média”, frisou hoje José António Falcão, em declarações à Lusa.
Ao mesmo tempo, a obra “ambicionou entender, a partir da malha fina da organização eclesial, a evolução espaciotemporal do território de Odemira”, a partir da qual foi traçada uma “perspetiva do conjunto”, acrescentou António Quaresma.
De acordo com este historiador, os leitores poderão encontrar “uma visão fundamentada na análise das fontes documentais conhecidas, muitas das quais inéditas”, sobre “as diversas unidades do território” e “a evolução deste e das comunidades”.
“Além de uma perspetiva global, debruçámo-nos sobre as diferentes freguesias com pormenor, buscando o ‘genius loci’ [espírito do lugar’ em latim] de cada uma” e “o sentido da sua identidade mais profunda”, reforçou José António Falcão.
Este trabalho apresenta igualmente “novas e estimulantes perspetivas” para o entendimento do concelho de Odemira “a uma escala global”, assinalou.
Segundo Falcão, este projeto nasceu “do sentimento de que o património concelhio” de Odemira, “em particular o de feição religiosa”, enfrenta “uma fase de profunda erosão, impondo-se registar-lhe a fisionomia e a razão de ser mais profundas”.
A apresentação de “Odemira – Património, Religião, Sociedade e Território” integra a edição deste ano da iniciativa “Setembro Cultural”, que o município realiza este mês para promover a cultura e patrimónios do concelho.