Médicos iniciam greve de três dias
Os médicos iniciam, nesta terça-feira, uma greve de três dias. O protesto foi decretado pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) que escreveu uma carta aberta aos portugueses a dar conta dos motivos de descontentamento.
O SIM começa por lamentar “os constrangimentos
inevitáveis” e garante que “tudo, mas mesmo tudo, fizemos para a evitar”.
Segundo o SIM “o estado de agonia do SNS, provocado pelo desinvestimento nos
seus profissionais, reflete-se no aumento do número de portugueses sem médico
de família (1,6 milhões) e das listas de espera para consultas e cirurgias.”
O recurso à greve é, de acordo com o SIM, “o resultado do total desinteresse do
Governo em querer travar o descalabro do SNS” e “apesar de afogados em
impostos, os portugueses precisam, muitas vezes, de delapidar as suas poupanças
para terem acesso aos cuidados de saúde consagrados na Constituição.”
Afirma ainda o SIM que “em Portugal não há falta de médicos; há incapacidade
negligente do Governo em os contratar para o Serviço Nacional de Saúde.”
Diz ainda o SIM que “o atual SNS não sobrevive sem milhões de horas extras e o
esforço desumano dos médicos, que coloca em risco a sua saúde e a saúde de quem
assistem” por isso “não é possível continuar neste caminho”
De acordo com o SIM “os médicos não são super-heróis,
a quem tudo pode ser exigido sem necessidade de descanso. Não querem o regime
de 52 horas de trabalho semanais proposto pelo Governo, porque isso põe em
risco a segurança clínica.”
Salários dignos, adequados à sua formação e à responsabilidade da sua profissão, horários de trabalho humanos e tempo para ter uma família e se atualizarem cientificamente é aquilo que os médicos querem e apelam à “compreensão e solidariedade dos nossos concidadãos”