Monsenhor António Cartageno foi condecorado pelo Presidente da República
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou, numa cerimónia realizada, ontem, no Palácio de Belém, o Monsenhor António Cartageno, como Comendador da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada

Foto: Presidência da República
Na cerimónia onde foram distinguidas algumas personalidades da sociedade civil portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, referiu-se ao Monsenhor António Cartageno, com a afirmação que "a música é um símbolo fundamental, um instrumento de paz, de concórdia, de tolerância, de congregação, de construção do espírito comunitário. Aqui se condecora, hoje, o mérito de uma vida ao serviço da comunidade nas circunstâncias mais difíceis, ano após ano, década após década”.
Em nota de imprensa, o presidente da Câmara Municipal de Beja, Paulo Arsénio, felicita em nome do Município o Monsenhor António Cartageno, ordenado padre em 1972, na Igreja do Carmo, em Beja. É ainda destacado que "além do seu papel fundamental na recolha do património musical religioso alentejano, o Monsenhor António Cartageno é um distinto compositor de musica sacra e litúrgica, reconhecido em Portugal e internacionalmente."
Recorde-se que em fevereiro de 2023, o Papa Francisco concedeu o título de Monsenhor ao Padre António Cartageno, dois meses depois de ter celebrado as suas bodas de ouro sacerdotais. Um título pelo reconhecimento da Igreja pelo seu enorme trabalho pastoral e testemunho de vida sacerdotal ao longo destes 50 anos, assim como, pelo trabalho que tem desenvolvido como compositor no campo da música litúrgica e sacra.
António Cartageno, natural de S. Mamede de Ribatua (Alijó), é presbítero da Diocese de Beja. Entre outubro de 1987 e junho de 1994 estudou no Pontifício Instituto de Música Sacra de Roma, onde fez os mestrados em Canto Gregoriano e em Composição Sacra. Tem dedicado grande parte da sua vida ao ensino da Música, nomeadamente na Escola Mário Beirão, na antiga Escola do Magistério Primário e depois na Escola Superior de Educação de Beja.
É autor de numerosas composições litúrgicas e outras,
espalhadas por todo o país, com colaboração habitual nos Encontros Nacionais de
Pastoral Litúrgica de Fátima, na “Nova Revista de Música Sacra “ de Braga e nas
publicações musicais do Secretariado Nacional de Liturgia.
Da sua produção musical destaca‐se a Cantata “Na Sa da Conceição, Padroeira de
Portugal” (1996), para solistas, Coro e Orquestra, para comemorar os 350 da
proclamação de Na Sa da Conceição como Rainha de Portugal, pelo Rei D. João IV,
e apresentada em Vila Viçosa, Beja, Évora e Faro, a Cantata “Santo Agostinho, o
cantor da sede de Deus”, (2004), para solista, Coro e Orquestra, encomendada
pela Diocese de Leiria para comemorar os 1650 anos do nascimento do seu santo
Padroeiro e já apresentada 12 vezes em várias cidades do Centro e do Sul de
Portugal e a Oratória “Fátima. Sinal de esperança para a humanidade” (2007),
para solistas, grande Coro e Orquestra, para assinalar os 90 anos das Aparições
de Fátima e a inauguração da Igreja da SS.ma Trindade, já apresentada 9 vezes.
É o principal responsável, juntamente com o Padre António Aparício, pelo
trabalho de recolha e recuperação do canto popular religioso do Baixo Alentejo,
de que resultou a gravação de 2 CDs pelo Coro do Carmo de Beja, que fundou e
dirige, e a publicação de alguns trabalhos sobre o assunto.
Biografia retirada do site "O canto na liturgia"