MP quer prisão efetiva de quatro de 10 arguidos julgados em Beja por tráfico de droga
O Ministério Público pediu hoje a prisão efetiva de quatro dos 10 arguidos num processo de tráfico de droga, com 91,5 quilos de canábis e 1,2 milhões de euros apreendidos, que está a ser julgado em Beja.
Na sessão de julgamento realizada durante a tarde, dedicada às alegações finais, o procurador do Ministério Público (MP) considerou suficiente a prova produzida para os condenar a penas de prisão efetiva, a rondar os oito anos.
Os quatro arguidos são Joaquim Fortes, André Graça e Rui Pina, todos acusados em coautoria de um crime de tráfico de estupefacientes agravado, e também Luís Ribeiro, pronunciado em coautoria de um crime de tráfico de estupefacientes.
Além disso, Joaquim Fortes e Rui Pina estão também acusados em coautoria de um crime de branqueamento e este último responde ainda em tribunal por um crime de dano qualificado e outro de detenção de arma proibida.
Nas alegações finais, o MP defendeu ainda a condenação com penas suspensas de outros quatro arguidos e a absolvição dos restantes dois.
Entre outros argumentos, os advogados dos arguidos, no geral, alegaram que não foi produzida prova suficiente em julgamento que permita condenar os seus constituintes.
Neste processo, Joaquim Fortes, o único que está em prisão preventiva, é considerado o principal arguido, sendo quem alegadamente controlava o grupo, que adquiria canábis e a transportava e vendia na zona de Lisboa, de acordo com a acusação, consultada pela agência Lusa.
O processo, que começou a ser julgado pelo Tribunal de Beja no dia 20, envolve crimes de tráfico de estupefacientes, branqueamento, dano qualificado, detenção de arma proibida ou tentativa de favorecimento pessoal.
O coletivo de juízes marcou para 13 de julho, às 10:00, a leitura do acórdão.
De acordo com o despacho de acusação, Joaquim Fortes, André Graça e Rui Pina colaboraram entre si, desde abril de 2020, na compra, transporte, armazenagem e venda de “grandes quantidades de canábis/haxixe”, alegadamente adquirida em Espanha e vendida depois em “vários destinos”, nomeadamente na zona de Lisboa.
Os três atuaram “em comunhão de esforços e intentos, desenvolvendo uma atividade caracterizada por grande mobilidade, com significativos meios materiais, procedendo ao transporte de haxixe/canábis por via terrestre, utilizando viaturas automóveis e dividindo as tarefas entre eles”, pode ler-se.
O grupo é acusado de guardar a droga num armazém situado na localidade de Rouquenhos, no concelho de Ferreira do Alentejo, no distrito de Beja,
Foi aqui que, em 20 de maio de 2021, a PJ apreendeu cerca de 1,2 milhões de euros em notas e 908 embalagens de resina de canábis, com um peso global de 91,5 quilos e um valor estimado, caso chegasse ao mercado, a rondar os 240 mil euros.
Vários dos arguidos neste processo são do Alentejo, enquanto outros são da zona de Setúbal e da região da Grande Lisboa.