O país não está preparado para tomar decisão sobre regionalização-Carlos Moedas
O presidente do Conselho Geral da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Carlos Moedas, defendeu ontem que o país não está preparado para tomar uma decisão sobre a regionalização, sendo necessário primeiro "fazer bem" a descentralização.
“Acredito que há um caminho da regionalização que também pode ser feito, mas também não podemos passar as coisas à frente umas das outras. Estamos no caminho da descentralização e vamos fazê-la, falaremos mais tarde sobre regionalização”, alegou.
No final da reunião do Conselho Geral da ANMP, que decorreu esta tarde em Coimbra, Carlos Moedas disse aos jornalistas que é um municipalista e que entende que o poder deve estar nos municípios.
“Temos de fazer bem a descentralização, para que os autarcas possam trabalhar e ser responsabilizados”, acrescentou.
O também presidente da Câmara Municipal de Lisboa admitiu que tem a mesma posição do novo presidente do PSD, Luís Montenegro, que considerou no domingo que um referendo sobre a regionalização em 2024, com a atual situação, será “uma irresponsabilidade, uma precipitação e um erro”.
No encerramento do 40.º Congresso do PSD, Luís Montenegro referiu que o referendo em 2024 “não é adequado”, devido à grave situação internacional e às consequências económicas e sociais muito sérias estão a atingir os portugueses.
Avisou ainda que se o Governo decidir avançar, o fará sem o apoio do PSD.
Para Carlos Moedas, o caminho a seguir neste momento é o da descentralização, uma vez que “neste momento o país não está preparado” para decidir em matéria de regionalização.
“Em 2024, com a situação atual e o querer finalizar a situação da descentralização, penso que não estamos em condições para fazer um referendo sobre regionalização. Como presidente de Câmara, não darei o apoio a um referendo em 2024 ao nível da regionalização”, destacou.
Na sua opinião, neste momento, com tantos problemas para resolver, “não faz sentido abrir outra frente de batalha muito difícil”.
“As pessoas estão muito longe de perceber o que é a regionalização. Tempo ao seu tempo”, concluiu.