A Farrusca – Cooperativa de Criadores de Bovinos da Raça Garvonesa ou Chamusca arrancou com 22 associados, todos criadores, tendo como metas melhorar as condições de mercado, estabelecer parcerias para criação de um centro de testagem e obter as necessárias certificações para a comercialização da carne desta raça.

Esta cooperativa pretende “dar resposta a uma necessidade dos criadores, que têm feito um grande esforço e muito ‘amor à camisola’ para conseguirem sobreviver com a raça”, explicou hoje à agência Lusa o presidente da Farrusca, António Aires.

A nova cooperativa acabou por nascer do trabalho que a Associação de Agricultores do Campo Branco (AACB), com sede em Castro Verde (Beja) e que gere o livro genealógico da raça, tem feito em prol da sua preservação.

Foram as inúmeras “burocracias existentes, sobretudo, nos processos de pedido de denominação de origem e de certificação”, que levaram os criadores a avançar com a criação da nova organização, explicou António Aires, que é também presidente da AACB.

Através da Farrusca, o objetivo dos criadores “é divulgar, preservar a raça e aumentar o efetivo reprodutor”.

Em simultâneo, continuou, a cooperativa pretende vir a “certificar todos os processos” associados à pecuária em extensivo, “onde prevalece o bem-estar animal, para dar uma garantia de qualidade ao consumidor”.

António Aires acrescentou que a escolha de São Martinho das Amoreiras para sediar a nova cooperativa deveu-se ao facto de a localidade se encontrar naquele que é considerado o “solar da raça”.

A raça bovina garvonesa, outrora conhecida como chamusca, predomina nas “zonas de transição” entre as planícies do sul e a serra algarvia, tendo o seu nome associado à feira de Garvão, freguesia do concelho de Ourique, no distrito de Beja.

A raça chegou a estar em risco de extinção na viragem do século, mas um projeto de preservação e reabilitação promovido pela AACB, em parceria com o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, permitiu a sua recuperação.

Atualmente, a raça, inserida no programa ‘Manutenção de Raças Autóctones’, conta um efetivo adulto “de cerca de 700 fêmeas e 30 adultos”, instalado em explorações nos distritos de Beja, Évora e Setúbal, revelou António Aires.

 

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