A peça resulta de uma parceria do encenador com o escritor português Afonso Cruz e vai subir ao palco do Cineteatro Camacho Costa, a partir das 21:00 desta sexta-feira e sábado, no âmbito da edição de 2022 do projeto “Lavrar o Mira e a Lagoa – As Artes Além Tejo”.

Em declarações à agência Lusa, o encenador Giacomo Scalisi explicou hoje que o projeto nasceu de uma “clara vontade de falar a todo o público, em particular às crianças e jovens, sobre a importância de se poder pensar em liberdade”.

“A coisa mais importante é a liberdade. A liberdade é a paz” e “a possibilidade de podermos viver como queremos, com uma individualidade própria e dando também a possibilidade aos outros de viverem a vida que querem”, acrescentou.

Nesse sentido, “Não” é igualmente marcado pelo canto polifónico, para mostrar ao público “que três vozes diferentes são mais belas do que o uníssono”.

“A minha ideia sempre foi trabalhar, do ponto de vista teatral, sobre a palavra dita e a palavra cantada”, justificou Giacomo Scalisi.

Na opinião do encenador italiano, a mensagem transmitida no espetáculo ganhou maior pertinência no momento atual, depois da invasão da Ucrânia pela Rússia.

“Quando montámos o espetáculo, não tínhamos o que temos atualmente [uma guerra]. E, agora, estou muito curioso para ver o espetáculo em cena e perceber o que acontece com esta nova visão” do mundo, disse.

Dirigido a maiores de oito anos, “Não” é uma produção original concebida e encenada por Giacomo Scalisi, a partir de textos de Afonso Cruz, uns originais e outros retirados das suas obras “Paz Traz Paz” e “O Livro do Ano”.

A peça é interpretada por Rita Rodrigues, Sofia Moura e Ana Root, responsável pela criação musical da produção, juntamente com Pedro Salvador.

A produção integra a temporada deste ano da iniciativa “Lavrar o Mira e a Lagoa – As Artes Além Tejo”, a decorrer nos municípios de Santiago do Cacém (Setúbal) e de Odemira (Beja) e promovida pela cooperativa cultural Lavrar o Mar, sediada em Aljezur (Faro).

O projeto é financiado pelos dois municípios do litoral alentejano, assim como pela Direção-Geral das Artes e pelos programas operacionais Alentejo 2020 e Compete 2020.

 

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