Foto: Justino Engana

“Dentro das duas possibilidades que o Plano Ferroviário Nacional (PFN) coloca para fazer esta ligação [entre Lisboa e o Algarve em alta velocidade], esta é que tem mais lógica e a que é mais rápida”, disse à agência Lusa o autarca alentejano.

O presidente da Câmara de Beja falava à Lusa a propósito do PFN, apresentado pelo Governo na semana passada e que vai entrar em fase de discussão pública.

O plano prevê um estudo sobre a ligação de alta velocidade entre Lisboa e o Algarve, com duas alternativas: a modernização da linha existente para reduzir a viagem em cerca de 30 minutos ou um novo eixo, que inclua Évora, Beja e Faro, com tempo de viagem Lisboa - Faro inferior a duas horas.

“Parece-nos que esta opção [mais pelo interior e com passagem por Beja] é aquela que faz mais sentido”, pois “toca todas estas cidades, colocando-as a curta distância umas das outras, com a possibilidade de podermos ter ligações a Espanha”, observou Paulo Arsénio.

Na opinião do autarca bejense, esse corredor ferroviário de alta velocidade seria “benéfico para a economia” regional, “turismo incluído”, e “eventualmente para o Aeroporto de Beja”, além de permitir “uma ligação a território espanhol”.

Por isso, disse à Lusa, “faz todo o sentido” criar esta ligação entre Lisboa e o Algarve passando por Évora e Beja.

“Não nos cabe na cabeça que a opção possa ser pela continuidade de uma linha, que, sendo naturalmente muito importante, não une estes pontos fulcrais do território e, além disso, consome mais tempo de viagem para quem a utiliza”, justificou.

No PFN consta igualmente a eletrificação do troço da Linha do Alentejo entre Casa Branca e Beja até 2030, projeto que o presidente da câmara municipal disse ser “o mais urgente e mais fundamental para o território nesta fase”.

Nesse sentido, Paulo Arsénio afirmou ser “expectável que, em 2028, a ligação elétrica entre Beja e Casa Branca exista”.

Para o autarca, “é muito importante” que o concelho esteja presente no PFN, mas deixou um alerta: “Mas é também muito importante que os planos se cumpram e que não fiquem a meio, porque isso tem prejudicado sistematicamente Beja”.

Na segunda-feira, igualmente em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá (CDU), defendeu a criação de um novo eixo ferroviário de alta velocidade pelo interior do país para a ligação entre Lisboa e o Algarve.

A criação dessa ligação, com passagem pelas “três maiores cidades do sul”, Évora, Beja e Faro, teria “a vantagem de, para além de outras, deslocar um eixo de mobilidade para o interior do país”, afirmou, argumentando que também seria “absolutamente fundamental para valorizar o Aeroporto de Beja”.

O PFN foi apresentado, a 17 de novembro, no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que vai ficar responsável pela avaliação ambiental estratégica do documento, com a cooperação do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território.

Aprovada pelo Governo, a proposta de PFN será agora colocada em discussão pública, regressando depois ao Conselho de Ministros, de onde sairá para discussão na Assembleia da República.

 

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