PCP quer reversão do Hospital de Serpa para a gestão pública
O grupo parlamentar do PCP entregou, na Assembleia da República, um Projeto de Resolução a recomendar ao governo a reversão do Hospital de S. Paulo em Serpa para a gestão pública e a sua integração no Serviço Nacional de Saúde.
No documento, o PCP começa por elencar os motivos para
esta posição e recorda que “o Hospital de S. Paulo, em Serpa, foi entregue à
Santa Casa da Misericórdia de Serpa em 2014. Ou seja, a partir de 1 de janeiro
de 2015, o hospital passou a ser gerido pela misericórdia ao abrigo de um
contrato tripartido estabelecido entre a referida entidade, a ARS Alentejo e a
Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA)”
O PCP afirma que “durante os anos de 2020 e 2021 foram vários os dias em que a
administração do hospital de São Paulo decidiu, unilateralmente, pelo
encerramento do serviço de urgência, sendo que no corrente mês de julho a
escala contempla à partida pelo menos 5 dias de encerramento” e recorda que “também
foi intensão da administração da responsabilidade da Santa Casa da Misericórdia
de Serpa que o Serviço de Urgência fosse alvo de alterações no seu
funcionamento, chegando mesmo a emitir um comunicado dando conta de que no
período compreendido entre as 00:00 e as 08:00, o Serviço de Urgência
funcionará mediante chamada, através da utilização de uma campainha localizada
no exterior do edifício”.
O PCP salienta que no acordo de cooperação assinado
entre a Misericórdia, ARS Alentejo e a Unidade Local de Saúde do Baixo
Alentejo, é determinado numa das clausulas que respeita aos Deveres da Santa
Casa da Misericórdia “ Prestar cuidados de saúde de qualidade aos utentes, do
Serviço Nacional de Saúde, em tempo útil, nas melhores condições de
atendimento, não estabelecendo qualquer tipo de descriminação” e que “a
Misericórdia deve dispor ao seu serviço de pessoal suficiente e dotado de
formação adequada para exercer, de forma continua e atempada, as atividades
objeto do acordo.”
Posto isto, considera o PCP que a Santa Casa da Misericórdia de Serpa está
claramente a violar os deveres a que está obrigada, revestindo-se numa clara
perda de qualidade do serviço prestado e redução do acesso aos cuidados de
saúde a que a população tem direito, mais ainda quando o país se depara com uma
situação epidémica onde o caminho é o de reforço das respostas em saúde e não a
sua redução. num momento em que deveria estar a ser reforçada a resposta do
Serviço Nacional de Saúde mediante a contratação de profissionais em falta, de
mais investimento em equipamentos e meios materiais para prestar cuidados de
saúde de qualidade, o que assistimos é exatamente ao inverso.
O PCP propõe que o Hospital de S. Paulo, em Serpa seja revertido para a gestão pública, integrado na Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, assegurando o direito à saúde para os seus utentes
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