Pias recebe hoje o Encontro de Culturas
A programação do Encontro de Culturas continua a percorrer as freguesias do concelho de Serpa, hoje é a vez de Pias. Da programação para a vila de Pias o destaque vai para os concertos dos Segue-me à Capela e Stereossauro.
As iniciativas arrancam às 17 horas com a Oficina do Brincar TUM TUM TÁ no Jardim Público.
Ás 18.00 horas começa a Oficina de dança Afro-cubana, com Marta Puente no Jardim Público.
O primeiro concerto conta com o grupo Segue-me à Capela, concerto na Rua do Passo (junto à Comissão de Festas).
Segue-me à Capela é um grupo de sete mulheres que trabalha a música tradicional portuguesa numa perspetiva contemporânea, tendo a voz como principal instrumento. A percussão e alguns elementos cénicos reforçam o ambiente pretendido com cada música, ora dramática ora alegre, cruzando o sagrado e o profano, ultrapassando os limites geográficos e locais, seguindo a corrente galaico-portuguesa, navegando na diversidade das tradições do canto português, uma mistura de inúmeras culturas, crenças e traços (incluindo influências árabes e judaicas), numa congregação que só o canto consegue reunir. O repertório inclui canções tradicionais recolhidas por Michel Giacometti, José Alberto Sardinha, Ernesto Veiga de Oliveira, Armando Leça, Judith Cohen e GEFAC, e algumas canções originais de Amélia Muge, extraordinária compositora e cantora portuguesa. Segue-me à Capela publicou seu primeiro CD em 2004, pelo qual foram indicados à categoria de melhor Folk/World Song of the Contemporary A Capella Recording Awards, com a canção “Tu Gitana”.
No final de 2015, o grupo publicou o CD-Livro “San’Joanices, Paganices e Outras Coisas de Mulher”. Ambas as obras foram reeditadas no final de 2019, como edição especial de aniversário.
Ao longo dos seus 21 anos de existência, o grupo atuou em inúmeros eventos culturais portugueses e para além das fronteiras portuguesas.
O grupo tem colaborado com vários artistas, em discos e concertos (Brigada Victor Jara, Quadrilha, Gaiteiros de Lisboa, Quiné Teles, etc), e também em espetáculos de dança e teatro, nomeadamente com a Circolando. Além da prática performática, o grupo assumiu desde a sua criação o compromisso de promover, na comunidade, o canto polifônico feminino de raízes rurais, de duas, três ou mais vozes: o grupo organizou duas edições do Festival Voz de Mulher, que contou com a participação de cantores / investigadores sobre o tema e é um dos sócios fundadores da Associação Fala de Mulheres - Canto a Vozes, que atualmente prepara uma candidatura das polifonias femininas portuguesas ao Património Cultural Imaterial da Unesco.
Para as 22:30 está marcado o concerto de Stereossauro
Stereossauro volta a reunir um grupo de convidados de excelência no seu mais recente disco, “Desghosts & Arrayolos”, no qual continua a explorar as vertentes de autor e compositor. Um disco duplo que representa uma dualidade de estados de espírito, uma vez que integra temas mais pop, dançáveis e upbeat e outros mais contemplativos e profundos, nunca perdendo a identidade do DJ e produtor.
No alinhamento deste trabalho é possível encontrar New Max [Expensive Soul], Xtinto, Aurea, Manel Cruz, Marisa Liz & Carlão, Blaya, MC Zuka, Sara Correia, Ricardo Ribeiro, Selma Uamusse, João Pedro Pais, Maria Emília, Ana Bacalhau e Mitó.
Num equilíbrio perfeito entre vozes femininas e masculinas, “Desghosts & Arrayolos” apresenta-se como eclético em termos de estilos e influências. Além disso, trata-se de um disco que só tem um sample, o que representa uma grande diferença em relação ao disco “Bairro da Ponte”, no qual Stereossauro utilizou samples em todas as músicas.
No resto do seu (pouco) tempo livre, o mais provável é encontrar Stereossauro por aí, a rockar uma pista, a pesquisar novos samples numa qualquer loja de vinil, a arranhar o futuro com novos e criativos scractches. É que Stereossauro nunca brinca em serviço. Bem, talvez só um bocadinho…