“O Brasil é um dos melhores produtores do mundo no setor do agronegócio, quer no campo dos grãos, designadamente a soja e o milho, como também na área das frutas e da carne, ou seja, todo um conjunto de produtos que alimentam o mundo”, disse à agência Lusa o presidente do conselho de administração do Porto de Sines (Setúbal), José Luís Cacho.

De acordo com o responsável, a assinatura deste memorando resulta de um processo, iniciado “há cerca de um ano”, com a visita da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Tereza Cristina, ao Porto de Sines.

Na altura, a governante “veio aferir da possibilidade” desta infraestrutura portuária se tornar “uma porta de entrada dos produtos brasileiros” nos mercados Europeu, Norte e África Ocidental.

Durante a visita, constatou “o potencial e a estratégia de desenvolvermos projetos” ligados “à armazenagem e transformação” de produtos “com base nas importações de agroalimentares brasileiros em Sines”, sublinhou o presidente da administração portuária.

O objetivo, indicou, passa por “abastecer o mercado Europeu, Mediterrâneo, Norte e África Ocidental”.

Segundo José Luís Cacho, o memorando de entendimentos vai permitir “criar condições de cooperação” para “o desenvolvimento destes projetos” no Porto de Sines.

“Isto passa por uma base de contactos com os empresários brasileiros do Estado da Bahia, ligados a este setor, pô-los em contacto com alguns empresários portugueses e europeus e depois procurar alguns projetos que possam ter condições para se instalarem em Sines”, reforçou.

Para o administrador, o Terminal Multiúsos, cujo concurso para nova concessão foi recentemente lançado, “é o que tem as condições ideais para receber” os produtos oriundos do Brasil que, por norma, “são importados a granel”.

“Não quer dizer que não venha alguma carga por contentor, com ligação ao Brasil assegurada, mas este terminal [Multiúsos] reúne as condições ideais para a implementação destes produtos”, garantiu.

A administração portuária “está à procura de um modelo de viabilização deste terminal, uma vez que o carvão deixou de se movimentar” no Terminal Multiúsos vocacionado para a movimentação de mercadorias diversas.

“Identificámos que o agroalimentar tem potencial para ajudar à viabilização da exploração do terminal”, concluiu.

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