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De acordo com a primeira estimativa das “Contas Económicas da Agricultura - 2024” do INE, “na produção de azeite é expectável, para o ano civil de 2024, um acréscimo de produção em volume (18,7%), em resultado da conjugação da excelente campanha anterior (2023/2024) com a boa campanha em curso (2024/2025)”.

“O preço deverá registar uma diminuição acentuada (-29,3%), comparativamente aos elevados preços praticados em 2023, como consequência do aumento da produção mundial de azeite e da normalização da oferta”, avança.

Na mesma linha, o preço das azeitonas deverá terminar o ano com um recuo de 29,5%, traduzindo sobretudo “a normalização da procura de azeitona para azeite, que foi muito elevada nos anos anteriores, em resultado da escassez no mercado internacional”.

No geral, os preços dos frutos deverão diminuir 4,0%, prevendo o INE um acréscimo da produção em volume (7,3%), com destaque para as azeitonas (27,1%), perspetivando-se produtividades “bastante superiores às registadas no ano anterior, devido, essencialmente, à entrada em produção de novos olivais no Alentejo”.

Já no que se refere à produção de cereais, as estimativas do INE apontam para um aumento em volume (10,5%), impulsionada pela generalidade dos cereais, à exceção do milho (-14,8%).

Segundo o instituto estatístico, as condições meteorológicas “foram favoráveis às culturas cerealíferas de outono/inverno de sequeiro, após duas campanhas fortemente marcadas pela seca”, sendo que os preços de base terão aumentado 2,5%.

Para os vegetais e produtos hortícolas prevê-se um aumento em volume de 8,1%, com destaque para o tomate para indústria, cuja produção deverá aumentar 3,5% devido ao alargamento da área cultivada em 5,0%, uma vez que a produtividade e respetiva qualidade diminuíram.

Já o preço dos vegetais e produtos hortícolas terá recuado 9,4%, sobretudo refletindo a descida dos hortícolas frescos, cujos preços caíram 14,2%, após terem subido 23,2% em 2023.

Em relação ao vinho, as vindimas decorreram “com normalidade”, mas o INE estima um decréscimo de 5,0% da produção face ao ano anterior, sendo que, “apesar de alguns problemas fitossanitários, são esperados vinhos de boa qualidade”.

Globalmente, a produção vegetal deverá registar em 2024 uma evolução nominal negativa de -1,4%, em resultado de um acréscimo em volume de 5,1% e de uma redução dos preços de base (-6,2%), tendo os vegetais e produtos hortícolas, as plantas forrageiras e o azeite sido “determinantes para este decréscimo nominal”.

Já para a produção animal, o INE antevê um acréscimo em volume de 3,6% e uma diminuição dos preços de base de 3,5%, resultando numa estabilização do valor.

Para os bovinos, as estimativas apontam para um acréscimo em volume face a 2023 (5,3%) devido ao aumento do abate de bovinos adultos, em particular de novilhos, que segundo o INE estará relacionado com “perturbações de exportações de animais vivos para Israel, decorrentes de razões sanitárias e bélicas”. O preço de base deverá ser semelhante ao de 2023.

Já os suínos deverão registar um acréscimo em volume de 5,2% e preços de base 6,8% abaixo de 2023, enquanto os ovinos e caprinos verão a produção crescer 15,0% em volume e os preços de base subir 20,6%, “como consequência do aumento dos montantes pagos classificados como subsídios ao produto”.

Quanto às aves de capoeira, o INE prevê um acréscimo do volume (5,5%), sobretudo devido a uma maior produção de frango e de peru (que foi afetada por problemas sanitários em 2023), e um recuo dos preços de 2,9%.

Relativamente à produção de leite, são estimados decréscimos em volume (-0,9%) e, mais acentuadamente, de preço (-7,5%), após um aumento de 17,0% em 2023.

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