Presidente da Câmara de Sines quer concelho na "dianteira da quarta revolução industrial"
O presidente da Câmara de Sines (Setúbal), Nuno Mascarenhas, disse hoje que o município alentejano quer “estar na dianteira de uma quarta revolução industrial”, mantendo assim a posição estratégica para o país e para Europa.
“Se nos anos 70, Sines esteve na dianteira da chamada terceira revolução industrial, agora com este conjunto de investimentos queremos estar na dianteira de uma quarta revolução industrial”, sustentou.
O autarca, que falava em Sines durante a cerimónia de assinatura do contrato de investimento entre o Governo e a Repsol, que prevê incentivos fiscais de até 63 milhões de euros a um projeto de 657 milhões de euros, referia-se aos projetos previstos para o concelho no âmbito da transição energética e digital.
Para o socialista Nuno Mascarenhas, reeleito para o último mandato, o investimento da Repsol “é representativo do novo ciclo de investimentos industriais, de modernização das unidades, de aumento da qualidade produtiva e de qualificação de setores industriais que são absolutamente vitais para o país”.
No seu entender, é importante que Sines “se mantenha como um município estratégico para o país e para a Europa”, numa altura em que está “em marcha” a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“Este é também um momento para que, do ponto de vista da capacitação do território, possamos dar um salto”, frisou o autarca, lembrando investimentos anunciados pelo primeiro-ministro, António Costa, em abril, no âmbito do PRR.
Além da “ligação entre Sines e a A2, em perfil de autoestrada”, o autarca destacou ainda “as obras de qualificação ferroviária que liga Sines à Linha do Sul”, considerando que estes dois investimentos “são de enorme importância para o desenvolvimento do território”.
“As acessibilidades têm sido ao longo dos últimos anos uma das maiores limitações ao crescimento desta região, do concelho e do ecossistema portuário, industrial e logístico, mas que, finalmente, estão em vias de resolução”, sublinhou.
O autarca destacou ainda a criação de “pelo menos 70 postos de trabalho diretos” e de “centenas de postos de trabalho indiretos”, associados a um projeto que vai “contribuir de forma líquida para a transição energética, aumento da eficiência do setor da indústria e aduzindo novas preocupações com a sustentabilidade ambiental”.
O contrato assinado hoje entre a empresa e o Governo, no Complexo Industrial de Sines, vai permitir à Repsol investir na construção de duas fábricas de polímeros, cada uma com uma capacidade de 300 mil toneladas por ano, com produtos 100% recicláveis.
De acordo com a empresa, as tecnologias das duas fábricas, cuja conclusão está prevista para 2025, “garantem máxima eficiência energética, são líderes de mercado e as primeiras do género a serem instaladas na Península Ibérica”.
A Repsol prevê que, na fase de construção, o projeto empregue uma média de 550 pessoas, atingindo um pico de mais de mil postos de trabalho. Prevê igualmente “o aumento líquido de postos de trabalho” de “cerca de 75 empregos diretos e 300 indiretos”.