Presidente da CCDR retrata-se de criticas à rotatividade na CIM Alentejo Central
O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, António Ceia da Silva, retratou-se hoje das declarações proferidas na quinta-feira, quando criticou o modelo de presidência rotativa da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC).
“Retiro as afirmações, foram ditas num contexto especial, não foram compreendidas e eu entendo que não as devia ter proferido”, afirmou António Ceia da Silva, em declarações à agência Lusa.
O presidente da CCDR do Alentejo, num discurso proferido na quinta-feira, em Portalegre, na inauguração das novas instalações da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo, elogiou este organismo por ter encontrado um formato que permite uma liderança que se mantém durante o mandato.
No mesmo discurso, Ceia da Silva falou sobre o modelo de presidência rotativa da CIMAC, com alternância de mandatos entre autarcas do PS, CDU e PSD, para levantar dúvidas sobre se, assim, era possível existir uma estratégia global.
Agora, o responsável decidiu retirar o que disse, considerando que o modelo de presidência das comunidades intermunicipais (CIM) “é uma matéria exclusiva e da responsabilidade autonómica das autarquias”.
“Quero manter as melhores relações institucionais com todas as CIM, incluindo com a CIMAC, com a qual tenho tido as melhores relações e que quero manter”, acrescentou.
A CIMAC é presidida pelo presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, eleito pela CDU, que sucedeu ao autarca de Vendas Novas, o socialista Luís Dias, no dia 01 de fevereiro deste ano.
Contactado pela Lusa, o presidente da CIMAC, Carlos Pinto de Sá, também autarca de Évora, eleito pela CDU, tinha manifestado “profunda surpresa” e considerou que aquelas “são declarações infelizes que não" competiam a António Ceia da Silva fazer.
“Estamos a falar de órgãos eleitos pela vontade popular e de acordos que são feitos entre as várias forças políticas e os presidentes de câmara. Dar a entender que a solução encontrada no Alentejo Central não é uma solução que dê estabilidade é, no mínimo, uma afirmação que carece de comprovação”, frisou.
Pinto de Sá sublinhou que o presidente da CCDR do Alentejo “até deveria constatar que não tem acontecido” essa instabilidade, convidando Ceia da Silva a “reconhecer que foram declarações infelizes, que não as deveria ter proferido, e a retirá-las”.
De acordo com as regras estabelecidas, uma nova eleição para a mesa do conselho intermunicipal será realizada em maio de 2024, devendo então caber a presidência a um dos quatro autarcas eleitos pelo PSD ou coligações lideradas pelos sociais-democratas.