“Abre-se agora um novo ciclo e vamos esperar para ver quem são os novos protagonistas”, disse Gonçalo Valente à agência Lusa.

Para o líder distrital ‘laranja’, “agora é tempo” de o PSD “se reorganizar”, “refletir” e “tentar perceber o que correu mal e o que é que poderia ter sido feito de outra forma” nestas eleições.

“Depois deste exercício, poderão estar reunidas condições para se iniciar um novo caminho”, já sem Rui Rio na liderança do partido, disse.

“Ele melhor do que ninguém saberá o que é melhor para o PSD. Mas ontem Rui Rio foi claro e taxativo nas palavras, quando disse que não se sentia útil e que considerava que não estava neste momento a fazer nada no partido”, frisou.

Ainda assim, na opinião do presidente da distrital de Beja, o presidente do PSD fez bem em não se demitir na noite de domingo.

“Temos de dar algum tempo para que ele possa organizar as coisas para passar a pasta com a maior tranquilidade possível”, justificou.

Sobre a futura liderança do PSD, Gonçalo Valente sublinhou que o partido “tem quadros de excelência” para “criar uma nova dinâmica interna”.

“Neste momento, a grande prioridade é haver uma reorganização” e “debater aquilo que aconteceu”, para depois “chegar com tranquilidade a uma resposta que vai servir os interesses do partido”, “com novas dinâmicas, novas perspetivas e novas linhas orientadoras”.

No círculo de Beja, o PSD aumentou a sua votação relativamente a 2019, mas falhou o objetivo de eleger um dos três deputados, que foram garantidos pelo PS (dois) e CDU (um).

“Subimos consideravelmente, mas ainda assim não foi suficiente para elegermos o deputado. O PS teve um grande resultado, acima das melhores expectativas”, rematou Gonçalo Valente.

O PS alcançou a maioria absoluta nas legislativas de domingo e uma vantagem superior a 13 pontos percentuais sobre o PSD, numa eleição que consagrou o Chega como a terceira força política do parlamento.

Com 41,7% dos votos e 117 deputados no parlamento, quando estão ainda por atribuir os quatro mandatos dos círculos da emigração, António Costa alcança a segunda maioria absoluta da história do Partido Socialista, depois da de José Sócrates em 2005.

O PSD ficou em segundo lugar, com 27,80% dos votos e 71 deputados, a que se somam mais cinco eleitos em coligações na Madeira e nos Açores, enquanto o Chega alcançou o terceiro lugar, com 7,15% e 12 deputados, a Iniciativa Liberal (IL) ficou em quarto, com 5% e oito deputados, e o Bloco de Esquerda em sexto, com 4,46% e cinco deputados.

A CDU com 4,39% elegeu seis deputados, o PAN com 1,53% terá um deputado, e o Livre, com 1,28% também um deputado. O CDS-PP alcançou 1,61% dos votos, mas não elegeu qualquer parlamentar.

A abstenção desceu para os 42,04% depois nas legislativas de 2019 ter alcançado os 51,4%.

 

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