Os dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), de final de outubro, apontam ainda para quebras de 20% na maçã e de 15% na amêndoa.

As culturas arvenses de primavera foram igualmente afetadas pelas condições de seca severa presentes ao longo do seu ciclo vegetativo, prevendo-se decréscimos de produção de 10% no milho para grão de regadio e de 15% no arroz e no tomate para a indústria.

As previsões agrícolas do INE atribuem a queda de produção ao clima: "O ano agrícola 2021/22, que decorreu entre 01 de novembro de 2021 e 31 de outubro de 2022, foi o mais quente desde 1931, com uma temperatura média de 16,4°C (valor semelhante aos ocorridos nos anos agrícolas 1996/97 e 2016/17). Também foi o terceiro menos chuvoso desde 1931", destaca o instituto na publicação.

A norte do rio Tejo, a precipitação ocorrida na segunda quinzena de outubro teve um efeito positivo na azeitona, e a colheita dos olivais tradicionais a sul do Tejo ficou praticamente concluída durante outubro, sendo que em alguns olivais a quantidade de azeitona não justificou a colheita, contribuindo para as significativas quebras de produção.

Segundo o INE, nos olivais intensivos, a colheita está a decorrer com quebras de produção, embora menos acentuadas, estimando-se um decréscimo de produtividade global de azeitona de cerca de 40%, face à campanha anterior.

Na produção de arroz as perspetivas são de uma redução global na ordem dos 15% e na produção de milho as condições meteorológicas adversas observadas ao longo do ciclo provocaram um decréscimo generalizado de produtividade em todas as regiões, segundo o instituto.

No tomate para a indústria a colheita concluiu-se e confirmou-se uma quebra de produção relativamente à campanha anterior na ordem dos 15%, com a cultura a ser prejudicada pelas elevadas temperaturas ocorridas em julho e agosto, que afetaram a floração.

A colheita da pera concluiu-se na região do Oeste durante a primeira quinzena de setembro, registando-se quebras na produção global de 45%, relativamente à campanha anterior, devido às condições meteorológicas adversas e à estenfiliose.

Quanto às vindimas, excetuando algumas sub-regiões da Região do Vinho Verde, da Bairrada e da Beira Interior, o INE estima que a produção deverá ser inferior à da vindima de 2021, estimando uma diminuição global de 15%.

Na uva de mesa, a diminuição da produção deverá rondar os 10%, face à campanha anterior.

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