Produção de hidrogénio em Sines avança em consórcio de 13 entidades incluindo EDP e Galp
A produção de hidrogénio renovável em Sines vai avançar através de um consórcio de 13 empresas e parceiros de investigação que inclui a EDP, a Galp, Martifer ou Efacec.
"Um consórcio de 13 empresas e parceiros de investigação foi selecionado pela Comissão Europeia no âmbito do Green Deal para desenvolver um projeto de produção de hidrogénio verde de 100 MW [megawatts] em Sines", pode ler-se num comunicado da EDP.
O consórcio terá o nome GreenH2Atlantic, e além da EDP, Galp e Martifer incorpora empresas como a Engie, Bondalti, Vestas, McPhy e Efacec, bem como "parceiros académicos e de investigação como ISQ, INESC-TEC, DLR e CEA, e do cluster público-privado Axelera".
"O GreenH2Atlantic foi um dos três projetos selecionados no âmbito do Horizon 2020 - Green Deal para demonstrar a viabilidade do hidrogénio verde numa escala de produção e aplicação tecnológica sem precedentes", indica o comunicado.
De acordo com o texto, "o fundo de 30 milhões de euros irá contribuir para financiar a construção da unidade de hidrogénio, localizada na central termoelétrica de Sines".
"A construção deverá arrancar em 2023 e a operação deverá começar em 2025, datas essas sujeitas às devidas autorizações pelas autoridades", refere o comunicado.
Segundo o documento, "o eletrolisador de 100 MW será composto por módulos inovadores e escaláveis de 8 MW, com elevada capacidade, para atingir a máxima eficiência, dimensão, vida útil e flexibilidade".
"Outras características inovadoras incluem o sistema de interface composto por tecnologias de gestão avançada que permitirão a ligação direta do eletrolisador a energia renovável híbrida local (solar e eólica)", pode ler-se no texto.
O projeto em causa "materializa a transição de uma antiga central de produção de energia a partir do carvão para uma inovadora unidade de produção de hidrogénio renovável, em linha com a estratégia e objetivos europeus de neutralidade carbónica".
A EDP encerrou no dia 15 de janeiro a central termoelétrica de Sines, no distrito de Setúbal, um fecho antecipado devido à deterioração das condições de mercado, iniciando-se a desativação dos equipamentos e posterior desmantelamento da infraestrutura com 35 anos.
Com uma potência instalada de 1.256 MW, a central a carvão de Sines chegou a abastecer um terço da eletricidade consumida em Portugal, no início dos anos 90, e foi perdendo peso com o crescimento das energias renováveis, tendo assegurado apenas 4% do consumo elétrico em 2020, segundo dados da REN.
A central contava com 107 trabalhadores diretos e cerca de 400 trabalhadores indiretos.