Beja: Profissionais de saúde privados ainda não vacinados escrevem ao PR a denunciar a situação
Um grupo, que representa vários profissionais de saúde privados em Beja, que ainda não foram vacinados, escreveu uma carta ao Presidente da República, ministra da Saúde e ao coordenador da Task Force para a Vacinação contra a Covid-19 em Portugal a denunciar a situação.
O grupo representa profissionais de saúde privados do Centro
de Radiologia de Beja, Centro de Imagiologia do Baixo Alentejo, Clínica Médica
José Barriga e LACLIBE (Laboratório de análises clínicas de Beja).
Na carta é afirmado que “estas quatro entidades foram, praticamente, as únicas em consulta diária e presencial em período de pandemia.” e, por isso, questionam “Será que não merecem mais consideração e respeito por parte das entidades oficiais? Será que os responsáveis pela saúde na região não reconhecem o papel destas entidades na prestação de cuidados de saúde, por incompetência ou por ignorância? Ou será que haverá outras razões? Ideológicas? Outras?”
Os profissionais de saúde privados representados na carta consideram que “esta atitude é completamente discriminatória e lesiva da boa harmonia entre prestadores de saúde pública e privada, colocando em risco a saúde dos utentes e tornando-se um problema para a saúde pública” e atribuem “responsabilidades, éticas e morais, a quem de direito, pela eventual eclosão e possível desenvolvimento de um surto nestas instituições, com consequências imprevisíveis.”
Na carta é lastimado que “vários grupos profissionais, incluindo farmacêuticos, juízes, professores, etc., estejam já em fase adiantada de vacinação” e por isso, perguntam “quais as normas da DGS que justificam a vacinação destes profissionais em detrimento de profissionais de saúde em contacto direto e diário com doentes?”
Na missiva é também afirmado que "as normas da DGS sobre prioritários colocam-nos na 1ª fase do Plano
de Vacinação (Resiliência do Estado), não discriminando profissionais de saúde públicos ou
privados."
No final da carta é ainda questionado “será que Beja tem que pagar o preço da interioridade, sendo sempre nós os últimos dos últimos? Será que o processo de vacinação dos privados está a decorrer de igual forma nas três regiões do Alentejo? E no País?”
A ULSBA e a ARSA, contatadas pelo “O ATUAL”, referiram que o calendário de vacinação não é decidido a nível local. Recorde-se que existe uma "task force" criada pelo governo responsável pelo "Plano de vacinação contra a COVID-19 em Portugal.”