Projeto transfronteiriço quer “salvar” águia-caçadeira da extinção
Foi aprovado pelo Programa LIFE da União Europeia (UE) o projeto LIFE SOS Pygargus que une conservacionistas, cientistas e agricultores de Portugal e Espanha com o objetivo de salvar a águia-caçadeira da extinção no território nacional e na zona de fronteira entre os dois países.
Foto: Palombar
O projeto com um orçamento total de quase 11 milhões
de euros, 75% dos quais (oito milhões de euros) financiados pela EU arranca no
próximo mês de setembro e prolonga-se até 2030. O projeto é coordenado pela organização não
governamental de ambiente Palombar - Conservação da Natureza e do Património
Rural e conta com 17 parceiros, dos quais 13 são entidades portuguesas e 4
são espanholas
A águia-caçadeira, também conhecida como
tartaranhão-caçador, é uma ave que nidifica no solo em áreas abertas. Segundo o
primeiro censo nacional da espécie realizado em 2022-2023, a sua população
encontra-se em declínio acentuado nos últimos 15 anos e está atualmente em
risco de desaparecer.
Melhorar o estado de conservação da águia-caçadeira em Portugal e das
populações transfronteiriças, adaptar as práticas agrícolas ao ciclo
reprodutivo da espécie, promovendo o uso de variedades de cereais e forragens
que são mais compatíveis com as suas necessidades ecológicas e ainda reduzir
significativamente a mortalidade e a destruição de ninhos, com uma meta de
redução de 75% na mortalidade e aumento de 50% na população reprodutora são os
objetivos principais do projeto.
Pretende-se ainda promover a consciencialização pública sobre a importância da conservação da águia-caçadeira, bem como fomentar a cooperação entre Portugal e Espanha para a conservação transfronteiriça desta ave.
O projeto avança em
49 Zonas de Proteção Especial da Rede Natura 2000 e áreas adjacentes em
Portugal (23) e Espanha (18).
De acordo com os promotores “o projeto LIFE SOS Pygargus vai proteger esta que
é uma das espécies terrestes mais ameaçadas da fauna ibérica e que desempenha
um papel fundamental nos ecossistemas, garantindo o seu bom funcionamento e
beneficiando as comunidades rurais, nomeadamente os agricultores.”