José Russo, diretor do Centro Dramático de Évora (Cendrev), destacou que os 50 anos desta companhia profissional de teatro e do projeto desenvolvido no Garcia de Resende vão estar em destaque ao longo de 2025.

O Cendrev, disse, gostaria “muito” de, no próximo ano, fazer uma exposição e lançar um livro com um catálogo para assinalar o seu cinquentenário, estando a procurar garantir “os meios” financeiros para tal, em parceria com o projeto da Capital Europeia da Cultura em Évora em 2027.

“Acho que isso fazia sentido. Ainda por cima, estamos a caminho da Capital Europeia da Cultura, há aqui um projeto que tem o peso e a importância do Cendrev e era importante podermos fazer uma boa exposição e um catálogo que deixássemos como marca do trabalho destes 50 anos”, notou.

O Cendrev, criado a 11 de janeiro de 1975, na altura com a designação de Centro Cultural de Évora, é um projeto desenvolvido em torno da criação e difusão artística, da formação teatral e da gestão do Teatro Garcia de Resende, pode ler-se na página da companhia.

O então Centro Cultural de Évora, que se estreou com a peça “A Noite do 28 de Setembro”, de Richard Demarcy, foi “pioneiro no processo de descentralização cultural” em Portugal, após o 25 de Abril, e “deu um importante impulso ao desenvolvimento cultural da cidade e da região”.

Na sessão de apresentação da programação para o Teatro Garcia de Resende, realizada hoje à noite, José Russo indicou que, da parte do trabalho do Cendrev, o ano que marca o cinquentenário vai andar “em volta de Shakespeare”.

“Vamos fazer [a peça] ‘Sonho de uma Noite de Verão’, na segunda metade do ano, e é um espetáculo de formato maior, em que queremos implicar mais gente da cidade, gente que por aqui passou e trabalhou”, revelou o diretor da companhia, aludindo a um espetáculo cuja estreia está marcada para 16 de outubro.

Mas o Cendrev está também “a trabalhar num outro projeto, escrito por um dramaturgo e amigo francês, que vive em Évora”, acrescentou José Russo, referindo-se à peça “João Cabral Encena Otelo”, de Fabrice Melquiot, que vai estar em cena no centenário teatro de Évora entre 20 de fevereiro e 16 de março.

Outro dos destaques da programação do Garcia de Resende, no próximo ano, vai ser a Bienal Internacional de Marionetas de Évora (BIME), de 03 a 08 de junho, “com um conjunto de companhias de vários pontos do mundo, inclusive do Japão, e também de Portugal”, de acordo com José Russo.

O diretor do Cendrev focou ainda o espetáculo musical “Fado Jazz – Filhos da Revolução”, de Júlio Resende (12 de janeiro), e um concerto de Duarte, em que o fadista “vai apresentar o seu novo álbum” (01 de fevereiro).

Além disso, o Garcia de Resende vai ser palco de “atuações de orquestras, de dança, teatro, circo” e outros espetáculos, muitos deles protagonizados por outros agentes culturais locais, regionais e nacionais.

Desde 2022 e até final de 2025, o Cendrev tem um apoio anual de 400 mil euros para a programação do Garcia de Resende, através da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses, em que 200 mil euros são financiados pela Direção-Geral das Artes e os outros 200 mil pela Câmara de Évora.

 

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