Reedição da obra de José Afonso estende-se até 2025 e plano inclui reinterpretações
A obra do músico José Afonso vai continuar a ser reeditada nos próximos dois anos, num segundo ciclo editorial que também prevê “um novo projeto de reinterpretação” da música do cantautor, revelou a editora Mais 5.
Esta editora encetou em 2021 um plano editorial de recolocação no mercado de 11 álbuns de José Afonso, publicados originalmente entre 1968 e 1981, em acordo com a família do músico, uma vez que os registos estavam indisponíveis há vários anos.
Neste plano editorial foram reeditados, por exemplo, o disco de estreia na editora Orfeu, “Cantares do Andarilho” (1968), e também “Cantigas do Maio” (1971), “Venham Mais Cinco” (1973) e “Com as Minhas Tamanquinhas” (1976).
Para os próximos dois anos, a editora prevê um segundo ciclo de edições que inclui “a primeira edição completa, sem cortes e remasterizada, do mítico concerto de José Afonso em 1983 no Coliseu de Lisboa”, a editar na primavera.
Em 2025, serão publicados “os dois últimos álbuns da cronologia da obra gravada” de José Afonso: “Galinhas do Mato” e “Como se Fora seu Filho”.
Também está prevista a edição, ao longo deste ano, de ‘singles’ digitais e remasterizados das primeiras gravações de José Afonso, a iniciar no dia 23 de fevereiro, e que serão reunidas em álbum em 2025.
Haverá ainda um “novo projeto de reinterpretação” da obra de José Afonso, intitulada “Wanderer Songs”, que se inspira no alinhamento do concerto no Coliseu de Lisboa em 1983.
Segundo a editora, o projeto inclui uma residência artística, com os músicos Nacho Vegas, Lavoisier, PS Lucas, Selma Uamusse, e direção musical de Tiago Correia-Paulo, concertos e a edição de um álbum.
O concerto de apresentação será a 19 de abril no Teatro Faialense, Horta, Açores, e o objetivo é “percorrer o país e também o estrangeiro durante o ano em que passam cinquenta anos do 25 de Abril”.
José Afonso nasceu em 02 de agosto de 1929 em Aveiro e começou a cantar enquanto estudante em Coimbra, tendo gravado os primeiros discos no início dos anos 1950 com fados de Coimbra, pela editora Alvorada, “dos quais não existem hoje exemplares”, refere a AJA na biografia oficial do músico.
Autor de “Grândola, Vila Morena”, uma das canções escolhidas para senha do avanço das tropas, na Revolução de Abril de 1974, José Afonso morreu em 23 de fevereiro de 1987, em Setúbal, de esclerose lateral amiotrófica, diagnosticada cinco anos antes.