REPORTAGEM: Agricultores de Cuba e Vidigueira dizem que atraso no bloco de rega é revoltante
Tivessem as promessas, que para o anterior ministro da Agricultura Capoulas Santos era “compromisso”, sido cumpridas, e por esta altura os agricultores, na sua maioria viticultores, estariam a abrir as bocas de rega que irrigariam 2.000 hectares correspondentes a 1.400 prédios rústicos nas freguesias de Vila Alva, Vila Ruiva, Cuba, Vila de Frades, Vidigueira e Selmes.
Cansados de esperar pela água, que veem passar no canal da rede primária de Alqueva, os agricultores, apoiados pela Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito e pelos autarcas de Cuba e Vidigueira, chamaram ao terreno Pedro do Carmo (PS) e João Dias (PCP), deputados pelo círculo eleitoral de Beja à Assembleia da República, para lhe dar conta do seu descontentamento.
José Arvanas, presidente da Assembleia Geral da Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito, diz que “a situação é insustentável, que foram feitos investimentos pelos agricultores na expetativa da chegada da água e que agora esses investimentos estão postos em causa”, uma situação que diz ser “preocupante e revoltante”.
Na opinião de Rui Raposo, presidente do município de Vidigueira, “é lamentável que numa altura em que se fala tanto na necessidade de fixar gente no interior, projetos como estes que têm essa capacidade, não tenham, por parte do Governo, a atenção que deviam”.
O autarca de Cuba, João Português, recordou nesta visita que fez a primeira reunião com a EDIA sobre esta questão há 8 anos, lamentando constatar que tudo não tem passado de promessas.
Para João Dias, deputado do PCP na Assembleia da República, é lamentável que estando feito o investimento mais pesado, assegurando ser insustentável que os agricultores, na sua maioria pequenos agricultores, desta região continuem com soluções que não garantam condições de viabilidade para estas explorações.
Pedro do Carmo, presidente da Comissão Parlamentar de Agricultura e Mar, defende que, com os projetos feitos é urgente passar à ação não perdendo nem mais um minuto, rentabilizando o investimento já feito.
Deputados e autarcas reiteraram a intenção de continuar a pressionar o Governo para o rápido avanço desta obra.
Por parte da EDIA, que tem permitido o acesso precário à água a alguns agricultores através de “picagens” diretamente na rede primária, prevê, caso haja luz verde do Governo para lançamento do concurso, que a obra se conclua em aproximadamente ano e meio.