Instituído pelo Município de Santiago do Cacém, o galardão tem caráter bienal e “presta homenagem” a Manuel da Fonseca, “grande escritor santiaguense, e à sua obra”, referiu a autarquia, em comunicado.

“O prémio contribui para a revelação de novos escritores” de língua portuguesa ao distinguir uma coletânea de contos originais, escritos em português, por um autor maior de idade de nacionalidade portuguesa ou naturais e/ou residentes em países de língua oficial portuguesa, precisou.

De acordo com o município, “são admitidas a concurso apenas coletâneas de contos, cujo conteúdo temático é livre e dirigido ao público adulto”, não sendo admitidas “obras a título póstumo ou de índole infantojuvenil”.

À semelhança dos anos anteriores, a obra vencedora, selecionada pelo júri, vai receber um valor pecuniário de 4.000 euros, sendo também editada no ano seguinte ao do concurso.

A vencedora da 14.ª edição do Prémio de Conto Manuel da Fonseca, realizada em 2022, foi a obra intitulada “101 Contos-de-Bolso”, da autoria de Maria Teresa Meireles, sob o pseudónimo Navarro, que recebeu a unanimidade do júri.

Nessa mesma edição da iniciativa, em que foram admitidas a concurso 54 obras literárias de autores de língua portuguesa, o júri deliberou ainda atribuir duas menções honrosas, a “Histórias de homens e mulheres”, de Ana Filipa de Sousa Marques (pseudónimo Ana Eme), e a “Fantasia de Cronos”, de Lídia Henrique Ferreira Vale (pseudónimo Pedro d’Alba).

Manuel Lopes Fonseca (1911-1993), conhecido no mundo das letras como Manuel da Fonseca, foi poeta, contista, romancista e cronista.

Na sua obra, Manuel da Fonseca “revelou toda a sua excelência sobretudo através da forma narrativa do conto, o que faz do autor uma figura incontornável da literatura portuguesa”, realçou o município.

Deixou obras como os romances “Cerromaior” (1943) e “Seara de Vento” (1958), vários volumes de poesia e também de contos, como “O Anjo no Trapézio” (1968) ou “O Fogo e as Cinzas” (1953).

Nas suas obras, marcadas pela intervenção social e política, relatou a dureza da vida no Alentejo, realidade que lhe era próxima.


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