Em comunicado, a espanhola Iberdrola anunciou que a licença ambiental, emitida pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), viabiliza a construção daquele que é considerado “o maior projeto fotovoltaico da Europa e o quinto maior do mundo”.

A empresa disse estimar que a futura infraestrutura, que terá uma capacidade instalada de 1.200 MW, entrará em funcionamento “em 2025” e que a construção vai gerar “até 2.500” postos de trabalho, “a maioria desempenhados por trabalhadores locais”.

O parque solar fotovoltaico, designado Fernando Pessoa, irá fornecer “energia limpa, barata e de produção local suficiente para responder às necessidades anuais de cerca de 430 mil residências, uma população equivalente a quase duas vezes a cidade do Porto”, indicou.

Segundo a Iberdrola, a “instalação, cuja ligação à rede já está contratada com a operadora portuguesa REN, evitará o consumo de 370 milhões de metros cúbicos de gás por ano, volume necessário para produzir a mesma quantidade de energia em ciclo combinado”.

“No que respeita à proteção da biodiversidade, o terreno poderá ser utilizado pelos pastores locais como pasto para a criação de gado ovino e serão introduzidas colmeias, o que contribuirá para melhorar a estabilidade dos ecossistemas e aumentar o rendimento do cultivo nas terras agrícolas circundantes”, pode ler-se.

Neste âmbito, a empresa precisou que “serão feitas plantações na área ao redor da infraestrutura para substituir eucaliptos por árvores autóctones”.

O projeto contempla um Programa de Ações Socioeconómicas, que inclui medidas como a formação profissional na área da energia ou o apoio ao setor do turismo, além do fornecimento de energia solar às comunidades próximas, acrescentou.

“A instalação solar de Fernando Pessoa constitui um novo marco na Europa ao combinar as ambições de energia limpa com a geração de impactos ambientais e sociais positivos e tangíveis”, realçou o presidente da Iberdrola, Ignacio Galán, citado no comunicado.

Considerando ser importante “reduzir a exposição aos combustíveis fósseis” e “apostar na construção de novas infraestruturas de energia limpa em Portugal” o responsável destacou a “colaboração das autoridades portuguesas” para que “este projeto chegue a esta fase em tempo recorde”.

O projeto inicial da Prosolia Energy envolvia mil milhões de euros de investimento e gerou contestação popular, em abril de 2021.

A iniciativa não recebeu favorável da APA e foi reformulada, voltando a passar pelo processo de consulta pública, no final desse ano.

O projeto contemplava a instalação de mais de 2,2 milhões de módulos solares dupla face numa área de 1.262 hectares na freguesia de São Domingos e Vale de Água, no concelho de Santiago do Cacém.

O projeto reformulado passou a prever a instalação de pouco menos de dois milhões de painéis solares fotovoltaicos, distribuídos por quatro sub-parques, numa área de quase 1.245 hectares, de acordo com o documento consultado pela agência Lusa, na altura da consulta pública.

No comunicado divulgado, a Iberdrola aludiu à conclusão, no final de 2022 de vários parques solares e disse que prevê investir mais três mil milhões de euros em energia eólica e solar em Portugal nos próximos anos.

Neste ‘pacote’ incluiu a construção dos projetos Montechoro I e II, de 37 MW, em Paderne (Albufeira), e do projeto Carregado, de 64 MW, em Alenquer (Lisboa), no início deste ano, enquanto a central solar de Estoi (83 MW), no Algarve, que também inclui armazenamento em bateria, ficará operacional em 2024.


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