Seca: Autarca de Almodôvar quer construção de barragem na ribeira de Oeiras
O presidente da Câmara de Almodôvar defendeu a construção de uma barragem na ribeira de Oeiras, que atravessa o concelho, para combater a seca e garantir o abastecimento público em três municípios.
Foto: Justino Engana
Em declarações à agência Lusa, o autarca de Almodôvar, António Bota (PS), considerou que a barragem tiraria partido do troço da ribeira de Oeiras, um afluente do rio Guadiana, que passa na zona da herdade da Camacha, entre as estradas nacionais 2 e 237.
Essa barragem “serviria para apoiar e reforçar o abastecimento de água que vem" da albufeira do Monte da Rocha, no concelho de Ourique, “e para abastecer por condições naturais” os concelhos alentejanos de “Almodôvar, Castro Verde, Mértola e até o Algarve”, justificou.
O presidente da câmara acrescentou que a nova albufeira poderia, igualmente, permitir que a ribeira de Oeiras pudesse “ter um curso ecológico de água” para abeberamento de animais “até ao rio Guadiana”, o “que não existe neste momento”.
António Bota lembrou que a construção desta barragem esteve, “há 30 anos”, sobre ‘a mesa’, acabando por não avançar por questões ambientais.
Mas trata-se de um investimento que faz agora sentido e que “seria uma mais-valia” para a região “em termos naturais, ecológicos e de fauna”, segundo o autarca.
“Temos que começar a pensar o que vai ser o nosso distrito daqui a 20 anos e começar a fazer obras e construções hoje”, frisou.
Por isso mesmo, “continuo a defender a barragem de Oeiras como uma solução de recurso hídrico para toda a região”, pois, “quando a água não cai do céu faz-nos uma falta imensa e, quando cai e não é aproveitada, continua a fazer a mesma falta”, disse.
Se a construção da barragem não avançar, o presidente da Câmara de Almodôvar considerou que a solução para o problema da seca na região é “ligar todas as barragens do país umas às outras”, para “permitir que onde chove mais possa encher as barragens do sul”.
Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em janeiro “verificou-se um agravamento muito significativo da situação de seca meteorológica, com um aumento da área e da intensidade, estando no final do mês todo o território em seca, com 1% em seca fraca, 54% em seca moderada, 34% em seca severa e 11% em seca extrema”.
Na terça-feira, a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, que junta 13 dos 14 municípios do distrito de Beja, elencou um pacote de 16 medidas a apresentar ao governo para mitigar os efeitos da seca na região.