Seca: Chuva de setembro não altera quebra de produção no olival de regadio
A chuva que caiu este mês não altera a quebra de produção prevista para o olival de regadio, disse hoje à agência Lusa o diretor executivo da Olivum - Associação de Olivicultores do Sul, Gonçalo Almeida Simões.
A chuva que caiu este mês não altera a quebra de produção prevista para o olival de regadio, disse hoje à agência Lusa o diretor executivo da Olivum - Associação de Olivicultores do Sul, Gonçalo Almeida Simões.
Segundo o responsável, para estas “culturas de regadio o que interessa é a água armazenada nas barragens”, pelo que se trata de um tipo de cultura diferente daquela que é o olival de sequeiro, “que depende exclusivamente do que chove”.
Para o olival moderno, que engloba o intensivo e o superintensivo, apesar da chuva que caiu recentemente, continua a perspetivar-se uma quebra de produção "à volta dos 30%", mas esse valor "tem mais a ver com ser um ano de contrassafra".
“Obviamente que o Alqueva continua a ser um caso à parte, por causa da quantidade de água que tem, mas é óbvio que seria muito importante haver mais chuva para repor a cota de água nas barragens”, frisou Almeida Simões.
Nesse sentido, apesar de “umas gotas de chuva na folha” serem “sempre bem-vindas para o desenvolvimento da planta”, o mais importante para o olival de regadio será repor os níveis de água.
“Esta chuva de dois ou três dias não ajudou profundamente, não houve nenhuma alteração de contexto. Precisávamos era que chovesse mais e não aquelas enxurradas de água. Mas que chovesse o normal, que chove em setembro, outubro, novembro”, destacou.
Ainda quanto à quebra de produção prevista, Almeida Simões especificou que "a seguir a um ano recorde, normalmente, porque as árvores ficaram muito pesadas, tiveram de produzir bastante, no ano seguinte há sempre uma diminuição da produção".
No ano passado "foram produzidas 200 mil toneladas de azeite".
"Os 30% [de quebra] dariam qualquer coisa como a repetição da produção de há dois anos atrás, que foi de cerca de 130 mil toneladas" de azeite, quantificou Gonçalo Almeida Simões.
A colheita da azeitona tem início por volta de "15 de outubro" e só a partir dessa altura se poderá perceber se a falta de chuva na parte superior da planta terá impacto na qualidade do fruto.
"Só quando a azeitona começar a entrar em lagar é que vamos perceber qual é o teor de gordura da azeitona e o seu rendimento", remeteu o representante da Olivum.
Segundo dados fornecidos à Lusa no ano passado, a Olivum representava 100 associados, 300 explorações e 14 lagares, num total de 42 mil hectares agrícolas no Alentejo e Ribatejo.