Neste périplo, que passou pelos concelhos de Montemor-o-Novo, Ponte de Sor, Santiago do Cacém, Odemira, Serpa, Beja e Moura, participou o deputado do PCP eleito por Beja, João Dias acompanhado por vários dirigentes comunistas

As visitas realizadas, junto de dezenas de produtores e agricultores, permitiram confirmar, segundo o PCP, que na sequência de recorrentes períodos de seca nos últimos 5 anos, a seca deste ano já comprometeu a campanha agrícola, nomeadamente para os agricultores que produzem em sequeiro.

Especial gravidade, afirma o PCP, adquire o facto de estar comprometida a produção de fenos e forragens, o que, numa situação de quase inexistência de pastagens que possam ser utilizadas, se traduz na necessidade da aquisição de grandes quantidades de raçoes e fenos a preços altamente especulativos (se e quando existe essa possibilidade) sendo que está a ser cada vez mais difícil a aquisição de fenos, mesmo por via da importação, onde os preços atingem valores impensáveis. A palha produzida o ano passado (e que então foi vendida a 0,09€), atinge agora valores de 0,16€. Já a palha produzida este ano chega a atingir valores de 0,25€/Kg.

O PCP constatou também os níveis alarmantes de várias albufeiras, uma situação que tem no imediato influência na agricultura e pecuária (quando já houve suspensão de fornecimento de água para agricultura no caso de Monte da Rocha e Campilhas e rateios no caso de Santa Clara e Alto Sado), poderá vir a ter sérias e mais alargadas consequências, incluindo no abastecimento para consumo humano.

Face à gravidade da situação, a deputada do PCP ao Parlamento Europeu, Sandra Pereira, entregou esta semana no Parlamento Europeu uma Pergunta onde questiona a Comissão Europeia sobre que apoios ao Sector Agrícola pode o Estado português mobilizar dos fundos comunitários e quais os fundos, montantes e percentagens que podem ser dirigidos aos pequenos e médios agricultores.

Na Assembleia da República foi entregue um Projeto de Resolução que o PCP que, entre outras medidas, propõe o acionamento imediato da ajuda de crise no âmbito da Política Agrícola Comum, para que os agricultores afetados possam aceder a esses apoios extraordinários, a criação de um apoio extraordinário dedicado à aquisição de alimentação animal, quer no que respeita à pecuária, quer no que se refere à apicultura e a tomada de medidas de gestão da utilização da água para fins agrícolas, nos diversos aproveitamentos hidroagrícolas, de modo a salvaguardar o acesso à água pelos pequenos e médios agricultores e agricultores familiares, considerando a precedência destes, face a utilizações da água para rega de culturas em regime superintenso.

O PCP recorda ainda que “há muito propôs um Plano Nacional para a Prevenção Estrutural dos Efeitos da Seca e seu acompanhamento.”

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