Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, o SEF revela que os suspeitos foram detidos na zona da grande Lisboa, “por indício da prática do crime de tráfico de pessoas, consubstanciado na exploração de trabalhadores agrícolas, através de pressão psicológica, ameaças, agressões físicas e retenção de salários”.

O SEF deu cumprimento a mandados judiciais de detenção e de busca domiciliária, no âmbito de uma investigação criminal em curso, pode ler-se na nota de imprensa.

Os factos que originaram a investigação “foram praticados em Serpa, distrito de Beja, onde os arguidos tinham dezenas de trabalhadores de origem indostânica para a realização de tarefas agrícolas”.

Estes trabalhadores agrícolas eram alegadamente mantidos pelos dois suspeitos “sob exploração, aproveitando o facto de não terem a sua situação regularizada em Portugal”, argumenta o SEF.

“Os arguidos cobravam, também, elevados valores pelo alojamento, exigindo ainda o pagamento de alegadas prestações sociais e impostos que, na verdade, não liquidavam”, acrescenta o mesmo organismo.

A investigação permitiu, até ao momento, identificar e sinalizar quatro vítimas da exploração, “tendo outros trabalhadores recusado prestar depoimento com receio de represálias”, disse o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.

Além dos dois detidos, foi ainda constituída arguida a empresa de que são sócios-gerentes, bem como uma mulher de nacionalidade portuguesa relacionada com a mesma, adiantou o SEF.

Os dois homens ainda vão ser presentes hoje ao Tribunal Judicial da Comarca de Serpa, para interrogatórios judiciais e consequente aplicação de medidas de coação.

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