Sindicato apresentou contraproposta à concessionária das minas de Neves-Corvo
O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) apresentou hoje uma contraproposta à administração da empresa das minas de Neves-Corvo, em Castro Verde (Beja), numa reunião em que o Governo foi uma “grande ajuda”, disse fonte sindical.
O encontro, promovido pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, decorreu em Lisboa, juntando, além do Governo, representantes do STIM e da empresa mineira Somincor, por forma a resolver o conflito entre as duas partes e que este ano já motivou a convocação de duas greves em Neves-Corvo.
Em comunicado enviado à agência Lusa, o STIM indicou que apresentou hoje uma contraproposta à concessionária daquele complexo mineiro, “que a empresa aceitou avaliar” e à qual se comprometeu a “dar resposta até ao final da próxima semana”.
Contactado pela Lusa, o coordenador do STIM, Albino Pereira, escusou-se a revelar em que consistiu esta contraproposta apresentada pelo sindicato.
“Primeiro, queremos saber a resposta da empresa e, depois, vamos comunicar aos trabalhadores em plenário”, disse o dirigente sindical.
O mesmo dirigente do STIM elogiou a intervenção do Governo no processo: “Foi uma grande ajuda nesta discussão e esperamos que, desta vez, fique arrumada esta questão”.
A reunião entre o STIM e a Somincor foi agendada na segunda-feira, pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, o que implicou a suspensão da greve, de dois dias por turno, que o sindicato tinha convocado para a mina de Neves-Corvo e que deveria ter decorrido entre terça-feira e este Sábado.
Em causa está o caderno reivindicativo apresentado pelo STIM, no final de 2023, onde são exigidas progressões na carreira e aumentos de salários de 150 euros por trabalhador.
O sindicato pede ainda o aumento de vários subsídios, assim como a renegociação do seguro de saúde, uma vez que os trabalhadores passaram “a pagar mais de franquia”.
A estas reivindicações a Somincor respondeu com um aumento de 4,3% nos salários, que o STIM considerou “insuficiente”.
Este diferendo acabou por motivar uma greve em Neves-Corvo, realizada entre os dias 26 e 28 de março.
Depois, e perante o impasse nas negociações entre as partes, o sindicato convocou esta segunda greve, que acabou por ser suspensa horas antes de arrancar, devido à marcação da reunião.
Propriedade da multinacional sueco-canadiana Lundin Mining, a Somincor é a concessionária da mina de Neves-Corvo, que produz, sobretudo, concentrados de cobre e de zinco, assim como prata e chumbo, e onde trabalham cerca de 2.000 pessoas.
No ano passado, foram produzidas em Neves-Corvo 108.812 toneladas de zinco e 33.823 toneladas de cobre, segundo o relatório de produção de 2023 e perspetivas para o triénio 2024-2026 divulgado pela Lundin Mining.
Além de Neves-Corvo, a multinacional sediada em Toronto (Canadá) é ainda detentora das minas de Candelária e Caserones (ambas no Chile), Chapada (Brasil), Josemaria (Argentina), Eagle (Estados Unidos) e Zinkgruvan (Suécia).