Esta solução foi criada no âmbito do projeto PlaCarvões, que junta a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC), a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), a empresa intermunicipal Gesamb e a Universidade de Évora (UÉ).

Em comunicado enviado à agência Lusa, a Gesamb, responsável pela gestão de resíduos urbanos do distrito de Évora, indicou que já foi atribuída patente nacional ao processo de produção de carvões ativados a partir de plásticos sujos.

“Este processo inovador contribui para que os resíduos de plásticos sujos sejam desviados dos aterros e, após a separação e recolha, em particular os agrícolas, originem um material poroso, o carvão ativado”, adiantou.

Segundo a empresa intermunicipal, o carvão ativado produzido a partir destes plásticos vai ser “aplicado no tratamento das águas residuais, nomeadamente para a adsorção de poluentes como fitofármacos e outros”.

O carvão ativado pode ser usado para “filtragem e captação de poluentes de meios líquidos e gasosos em efluentes agroindustriais e urbanos, de pequena a média dimensão e de base local e regional, transformando um resíduo num produto de elevado interesse económico e ambiental”, salientou.

Iniciado em 2018, o projeto PlaCarvões, que contou com financiamento do Fundo Ambiental, incluiu a construção de uma unidade piloto para a produção de carvões ativados.

No âmbito do projeto, realçou a Gesamb, foram efetuados testes e análises aos carvões ativados produzidos e testada a sua capacidade de adsorção.

“O PlaCarvões aplica os princípios da economia circular na cadeia de valor dos plásticos, transformando resíduos de plásticos sujos num produto, o carvão ativado, cujas necessidades nacionais são asseguradas na totalidade através de importações”, sublinhou.

Assinalando que “a quantidade de plásticos oriundos da agricultura é significativa”, a empresa intermunicipal deu como exemplo a área de influência de Alqueva, onde, em 2022, foi estimada uma quantidade de “2.300 toneladas por ano”.

Com o crescimento da área regada e ocupada por culturas permanentes, “este volume poderá atingir as 4.500 toneladas por ano”, admitiu a Gesamb.

“Se somarmos a estes números os referentes ao ciclo urbano dos resíduos plásticos, facilmente se concluirá que a solução patenteada contribuirá para diminuir a quantidade de resíduos plásticos depositados em aterro”, vincou.

Ao mesmo tempo, acrescentou a empresa intermunicipal, será possível “criar valor através do desenvolvimento de um produto a nível regional e nacional, o carvão ativado, em que o país é claramente dependente do mercado externo”.


Comente esta notícia

Este site usa cookies para melhorar a sua experiência. Ao continuar a navegar estará a aceitar a sua utilização.