O Festival Terras sem Sombra, este ano a celebrar a sua 18.ª edição, e a iniciativa que lhe está associada, Onde a Vida Acontece, apresentam, em parceria com o município mertolense, uma agenda de atividades de acesso gratuito, direcionada a públicos de todas as idades. Num Alentejo onde não causa estranheza o calor estival, o programa pensado para o fim-de-semana decorre ao abrigo das sombras e próximo ao frescor, seja em igrejas, cenários de sonho para a música de aclamados intérpretes internacionais, seja nas margens e proximidade do Guadiana.

Rosinda Pimenta, Vereadora da Câmara Municipal de Mértola, apresenta o conjunto de atividades associadas ao festival e a importância das mesmas  para a promoção do território.


A magia de uma grande pianista argentina num lugar realmente único

Num fim-de-semana que se quer de convívio, as atividades da iniciativa Onde a Vida Acontece sugerem um encontro dos públicos familiares com alguns dos temas que lhes são gratos. Momento alto, o concerto de Constanza Lechner, na noite de 15 de Julho (21h30), no convento de São Francisco, extramuros da vila, propriedade privada que acolhe um centro de arte.  A par do alinhamento musical de excelência, subordinado ao título “O-Piano-Conta-Histórias”, dirigido a crianças, mas também a merecer toda a atenção dos adultos, é uma oportunidade para conhecer um local mágico, um dos mais belos do Alentejo, num promontório aberto sobre o Guadiana.

Nascida no seio de uma família de músicos, a argentina Constanza Lechner começou desde tenra idade a cantar e a tocar piano. Uma ampla formação, adquirida no Conservatorio de El Escorial e na Escuela de Música Criativa de Madrid, assim como o talento que lhe tem sido amplamente reconhecido pelo público e pela crítica, abriram-lhe as portas para uma carreira brilhante, com actuações nos palcos mais importantes de Espanha e com as mais destacadas orquestras sinfónicas.

Na noite mertolense, Constanza Lechner leva a palco obras criadas para serem interpretadas por crianças, mas também outras que, quer pelo seu carácter, quer pela atmosfera que evocam, se enquadram perfeitamente no mundo infantil, como as Peças Líricas de Grieg, o Cuco de Daquín, O Pretinho de Debussy ou a Marcha Turca de Mozart.

Anterior ao concerto, a actividade da tarde faz-se de arte, história e tradição, mas também de ciência, inovação e natureza. A partir das 15h00 (ponto de encontro: Junta de Freguesia de Mértola), miúdos e graúdos são convidados a, “Com a Mão na Massa! O Fabrico do Pão Artesanal”, contactarem de perto com o ciclo de produção deste alimento, da espiga à moagem e desta ao pão de boa qualidade que caracteriza a dieta mediterrânica. Um pão feito à moda antiga, cozido em forno de lenha, de côdea rija, mas com miolo fofo. Momento para os participantes ensaiarem a produção do pão e, depois, o saborearem.

Os participantes na actividade terão ainda a oportunidade de enveredar numa visita pelo património de São Miguel do Pinheiro, importante freguesia agrícola, que se destaca por ser a terra natal de António Raposo Tavares, o grande bandeirante paulista, que expandiu as fronteiras do Brasil; importantes monumentos locais, uma notável igreja matriz, referência na paisagem, e um moinho de vento recentemente recuperado com a sua capota de colmo.

“Por Esse Rio Abaixo: A Biodiversidade nas Margens do Guadiana” encerra o programa do Terras sem Sombra em Mértola, na manhã de Domingo, 17 de Julho (09h30). Os participantes nesta acção, após o encontro no cais junto a Mértola, são convidados a percorrer as margens do rio fronteiriço, num contacto próximo com o rico ecossistema que lhe está associado. Um périplo feito de sombras à beira-rio, orientado pelos biólogos Manuel Porto, Maria Rodrigues e Paulo Célio, do CIBIO — Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (Universidade do Porto).

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