“Mostrámos logo a nossa disponibilidade imediata à União das Misericórdias Portuguesas para acolher refugiados com a maior brevidade possível”, disse hoje à agência Lusa a assistente social da SCMB Ana Rita Guerreiro.

O acolhimento incluirá habitação, alimentação, vestuário, medicação e, se houver interesse e disponibilidade da parte dos refugiados, a inserção de adultos e de crianças, respetivamente, no mercado de trabalho e em escolas, explicou.

Segundo a responsável, o número de refugiados a acolher pela SCMB “não está definido” e dependerá da “crise instalada”, das disponibilidades da instituição e das necessidades sinalizadas pela União das Misericórdias Portuguesas.

Os refugiados a acolher deverão ser sobretudo mulheres e crianças, admitiu Ana Rita Guerreiro, referindo que a SCMB tem duas moradias próprias onde poderá alojar refugiados, uma T3, já disponível, e uma T2, em “recuperação imediata”.

Estas duas moradias estavam destinadas a habitação social, mas, devido à ofensiva militar da Rússia na Ucrânia, vão servir para alojar refugiados, explicou.

Além daquelas moradias, e “consoante as necessidades” de alojamento de refugiados que forem sendo sinalizadas pela União das Misericórdias Portuguesas, a SCMB irá “procurar novas habitações para dar resposta”, se necessário com recurso ao mercado de arrendamento, adiantou.

De acordo com Ana Rita Guerreiro, em termos de inserção profissional, a SCMB poderá integrar, em alguns dos seus serviços, cinco mulheres refugiadas, com perfis e qualificações adequados, já que dispõe de cinco vagas nas funções de auxiliar de serviços gerais e auxiliar de jardim-de-infância e creche.

Nos restantes casos, a SCMB poderá ajudar refugiados a encontrar trabalho, inserindo-os na sua bolsa de emprego ou encaminhando-os para “entidades parcerias que estejam em procura ativa de trabalhadores”.

A assistente social frisou que a SCMB tem vindo a acolher refugiados desde 2015, “por diversas vezes, consoante as crises migratórias”.

Na madrugada do passado dia 24 de fevereiro, a Rússia lançou uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades.

As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100.000 deslocados e pelo menos 836.000 refugiados na Polónia, na Hungria, na Moldova e na Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.

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